Por Cleonice Andrade
São muitos os motivos que levam as pessoas a
procurar ajuda de um profissional da psicologia. Entre eles estão os problemas
de relacionamentos afetivos. Quem nunca teve um relacionamento conturbado pelo
menos conhece alguém que está passando ou já passou por isso. Assunto delicado
discutido por muitos especialistas. Muitos livros com esse tema tentam ajudar
os leitores a resolver o problema com seus parceiros. Relacionamentos afetivos
são complexos, são pessoas que se unem com diferentes pensamentos, costumes,
princípios e crenças. Conflitos se tornam comuns. E quando não há assertividade
e habilidades para resolvê-los, frustrações e decepções frequentemente destroem
a relação. A assertividade tende a prolongar os relacionamentos já que nos
ajuda a resolver os conflitos. Porém, essas habilidades não funcionam com todas
as pessoas. Existem personalidades difíceis de lidar.
Neste texto há informações sobre um perfil especifico.
Trata-se de uma personalidade doentia que pode prejudicar a vida da outra
pessoa a ponto de não poder se libertar a menos que tenha ajuda de um
profissional especializado.
Estou
me referindo a casos extremos, porém não incomuns. São pessoas que não sabem
amar. Os portadores desse tipo de transtorno normalmente são homens e poucas
mulheres. São indivíduos que sabem descrever o que significa o amor, porém nunca vivenciaram a sensação que ele proporciona.
O termo utilizado para descrevê-los é
conhecido e eu diria assustador para muitos: psicopatia ou sociopatia leve. Assustador
porque quando se ouve falar em psicopatas logo é associado a pessoas
assassinas, perigosas que deveriam estar na prisão. Mas esses últimos, são
aqueles casos gravíssimos que realmente deveríamos temer. Aqui os especialistas
estão se referindo aos psicopatas leves, ou sociopatas comunitários como alguns
especialistas citam.
O livro “Mentes perigosas”, escrito pela Dra.
Ana Beatriz Silva, descreve esse perfil de forma bem detalhada com o objetivo
de alertar pessoas a evitar relacionamentos afetivos com parceiros portadores
desse transtorno.
Ela descreve justamente um tipo de psicopata
menos conhecido e, possivelmente, mais comum do que os que chegam aos jornais.
São tipos que dificilmente teriam coragem de matar alguém, mas que, assim como
os outros, agem friamente em benefício de seus interesses sem se preocupar na
consequência de seus atos a outras pessoas. “No campo dos relacionamentos
amorosos, um psicopata usa qualquer pessoa como um instrumento ou troféu que
ele se orgulha em exibir”, diz Ana Beatriz.
Estudiosos relatam que nesse padrão de
comportamento, o homem é aquele que se mostra amoroso, carinhoso e atencioso
até conseguir o que quer. Ele faz de tudo para alcançar seu objetivo, que pode
ser material ou a necessidade de posse (muitas vezes confundida com amor
excessivo). Todo psicopata age num padrão de quatro etapas no processo de
conquista.
Na primeira, ele estuda a vítima, conhece seus
gostos, suas fraquezas. Ele em geral procura quem esteja fragilizado, porque é
mais fácil de ser dominado. Uma viúva recente, uma mulher que tenha saído de um
relacionamento difícil, que tenha perdido um ente querido. Enfim, alguém que
ele consiga manipular. Depois de estudar a vítima, ele começa a fase da
absorção, na qual já sabe o que a vítima quer e faz tudo para satisfazê-la,
ganhando, assim, sua confiança e seu amor. É aqui também que começa o controle
excessivo sobre ela, afastando-a dos amigos, do trabalho ou do que quer que
seja que possa afastá-la dele e fazê-la desconfiar de suas intenções.
O
próximo passo é a exploração, em que o psicopata suga toda a energia psíquica e
física de sua presa. Ele reestrutura a vida da parceira de acordo com seus interesses.
É nessa etapa que a mulher mais sofre, segundo Ana Beatriz, porque começa a
perceber que ele não era quem parecia ser, mas ainda não sabe que está dormindo
com o inimigo. Acha que ele está infeliz e começa a fazer de tudo para
agradá-lo com medo de perder aquele homem que tanto a ama.
A última fase é chamada revelação e horror,
quando o cara mostra o que realmente é. Em geral, ocorre porque o psicopata já
esgotou suas possibilidades naquela relação e encontrou outra vítima, ou então
já tem um domínio tão grande sobre a mulher que sabe que mesmo mostrando sua
crueldade não irá perdê-la — ou porque já tem um filho, ou por saber que ela
depende dele financeiramente, ou ainda porque tem em mãos argumentos de
chantagem. E Como identificar um homem que não consegue amar?
Primeiro:
• Ele investe e parece estar mais interessado em você do que você nele.
• Tem um histórico conturbado com mulheres,
mas a faz acreditar que com você será diferente;
• Faz tudo o que pode para impressioná-la: se
tem dinheiro, gasta; se tem algum talento, o exibe; se é inteligente, mostra;
• Ele age como se precisasse mais de você do
que você dele
Mas, logo em seguida:
• As palavras e ações dele passam a ser cheias de mensagens ambíguas de uma
hora para outra
• Ele deixa claro que determinadas áreas
importantes da vida dele, como amigos, família e trabalho, são “zonas
proibidas” e exclui você de algumas ou da maioria delas;
• Foge dos eventos que incluam sua
família e amigos e evita passar muito tempo com essas pessoas. É como se
tivesse certeza de que alguém ali sabe alguma coisa negativa sobre ele;
• Ele pode deixar pistas de que está
interessado ou até mesmo saindo com outra mulher;
• Se estiver saindo com outra mulher,
mente garantindo que você é a pessoa mais importante da vida dele (apesar de não
demonstrar isso em gestos).
· * Apesar de tudo o que diz, nada muda: ele não deixa
o relacionamento avançar e se recusa a falar sobre isso;
Diante de acontecimentos como esses é necessário procurar ajuda a fim de descobrir o que realmente vale a pena, e o mais
importante, encontrar forças para sair do relacionamento se for necessário,
pois não será uma tarefa fácil. Portanto, cuidado! Não seja impulsiva. É fundamental ter paciência e não agir diante da ansiedade. Fique atenta, principalmente se você estiver com a autoestima ou
autoconfiança abalada.
Cleonice F Andrade
Psicóloga Clinica Especialista – Terapia Cognitiva
Comportamental
CRP: 12/04023
CRP: 12/04023
Bibliografia:
Silva, Ana Beatriz, Mentes Perigosas - O
Psicopata Mora ao Lado. Ed. Fontanar, 2008.