terça-feira, 17 de dezembro de 2013

RELACIONAMENTOS CONTURBADOS – PSICOPATIA

Por Cleonice Andrade
São muitos os motivos que levam as pessoas a procurar ajuda de um profissional da psicologia. Entre eles estão os problemas de relacionamentos afetivos. Quem nunca teve um relacionamento conturbado pelo menos conhece alguém que está passando ou já passou por isso. Assunto delicado discutido por muitos especialistas. Muitos livros com esse tema tentam ajudar os leitores a resolver o problema com seus parceiros. Relacionamentos afetivos são complexos, são pessoas que se unem com diferentes pensamentos, costumes, princípios e crenças. Conflitos se tornam comuns. E quando não há assertividade e habilidades para resolvê-los, frustrações e decepções frequentemente destroem a relação. A assertividade tende a prolongar os relacionamentos já que nos ajuda a resolver os conflitos. Porém, essas habilidades não funcionam com todas as pessoas. Existem personalidades difíceis de lidar.
Neste texto há informações sobre um perfil especifico. Trata-se de uma personalidade doentia que pode prejudicar a vida da outra pessoa a ponto de não poder se libertar a menos que tenha ajuda de um profissional especializado.
 Estou me referindo a casos extremos, porém não incomuns. São pessoas que não sabem amar. Os portadores desse tipo de transtorno normalmente são homens e poucas mulheres. São indivíduos que sabem descrever o que significa o amor, porém nunca vivenciaram a sensação que ele proporciona.
O termo utilizado para descrevê-los é conhecido e eu diria assustador para muitos: psicopatia ou sociopatia leve. Assustador porque quando se ouve falar em psicopatas logo é associado a pessoas assassinas, perigosas que deveriam estar na prisão. Mas esses últimos, são aqueles casos gravíssimos que realmente deveríamos temer. Aqui os especialistas estão se referindo aos psicopatas leves, ou sociopatas comunitários como alguns especialistas citam.
O livro “Mentes perigosas”, escrito pela Dra. Ana Beatriz Silva, descreve esse perfil de forma bem detalhada com o objetivo de alertar pessoas a evitar relacionamentos afetivos com parceiros portadores desse transtorno.
Ela descreve justamente um tipo de psicopata menos conhecido e, possivelmente, mais comum do que os que chegam aos jornais. São tipos que dificilmente teriam coragem de matar alguém, mas que, assim como os outros, agem friamente em benefício de seus interesses sem se preocupar na consequência de seus atos a outras pessoas. “No campo dos relacionamentos amorosos, um psicopata usa qualquer pessoa como um instrumento ou troféu que ele se orgulha em exibir”, diz Ana Beatriz.
Estudiosos relatam que nesse padrão de comportamento, o homem é aquele que se mostra amoroso, carinhoso e atencioso até conseguir o que quer. Ele faz de tudo para alcançar seu objetivo, que pode ser material ou a necessidade de posse (muitas vezes confundida com amor excessivo). Todo psicopata age num padrão de quatro etapas no processo de conquista.
Na primeira, ele estuda a vítima, conhece seus gostos, suas fraquezas. Ele em geral procura quem esteja fragilizado, porque é mais fácil de ser dominado. Uma viúva recente, uma mulher que tenha saído de um relacionamento difícil, que tenha perdido um ente querido. Enfim, alguém que ele consiga manipular. Depois de estudar a vítima, ele começa a fase da absorção, na qual já sabe o que a vítima quer e faz tudo para satisfazê-la, ganhando, assim, sua confiança e seu amor. É aqui também que começa o controle excessivo sobre ela, afastando-a dos amigos, do trabalho ou do que quer que seja que possa afastá-la dele e fazê-la desconfiar de suas intenções.
 O próximo passo é a exploração, em que o psicopata suga toda a energia psíquica e física de sua presa. Ele reestrutura a vida da parceira de acordo com seus interesses. É nessa etapa que a mulher mais sofre, segundo Ana Beatriz, porque começa a perceber que ele não era quem parecia ser, mas ainda não sabe que está dormindo com o inimigo. Acha que ele está infeliz e começa a fazer de tudo para agradá-lo com medo de perder aquele homem que tanto a ama.
A última fase é chamada revelação e horror, quando o cara mostra o que realmente é. Em geral, ocorre porque o psicopata já esgotou suas possibilidades naquela relação e encontrou outra vítima, ou então já tem um domínio tão grande sobre a mulher que sabe que mesmo mostrando sua crueldade não irá perdê-la — ou porque já tem um filho, ou por saber que ela depende dele financeiramente, ou ainda porque tem em mãos argumentos de chantagem. E Como identificar um homem que não consegue amar?
Primeiro:


• Ele investe e parece estar mais interessado em você do que você nele.

• Tem um histórico conturbado com mulheres, mas a faz acreditar que com você será diferente;
• Faz tudo o que pode para impressioná-la: se tem dinheiro, gasta; se tem algum talento, o exibe; se é inteligente, mostra;
• Ele age como se precisasse mais de você do que você dele
Mas, logo em seguida:


• As palavras e ações dele passam a ser cheias de mensagens ambíguas de uma hora para outra

• Ele deixa claro que determinadas áreas importantes da vida dele, como amigos, família e trabalho, são “zonas proibidas” e exclui você de algumas ou da maioria delas;
 • Foge dos eventos que incluam sua família e amigos e evita passar muito tempo com essas pessoas. É como se tivesse certeza de que alguém ali sabe alguma coisa negativa sobre ele;
• Ele pode deixar pistas de que está interessado ou até mesmo saindo com outra mulher;
 • Se estiver saindo com outra mulher, mente garantindo que você é a pessoa mais importante da vida dele (apesar de não demonstrar isso em gestos).
·        *  Apesar de tudo o que diz, nada muda: ele não deixa o relacionamento avançar e se recusa a falar sobre isso;
Diante de acontecimentos como esses é necessário procurar ajuda a fim de descobrir o que realmente vale a pena, e o mais importante, encontrar forças para sair do relacionamento se for necessário, pois não será uma tarefa fácil. Portanto, cuidado! Não seja impulsiva. É fundamental ter paciência e não agir diante da ansiedade. Fique atenta, principalmente se você estiver com a autoestima ou autoconfiança abalada.
Cleonice F Andrade
Psicóloga Clinica  Especialista – Terapia Cognitiva Comportamental
CRP: 12/04023
Bibliografia:

Silva, Ana Beatriz, Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado. Ed. Fontanar, 2008.

S. Mayra. Homens que não sabem amar - o que passa na mente de sedutores incapazes de manter um relacionamento. Revista Marie Claire, 2010.