quinta-feira, 28 de junho de 2012

7 sinais identificam Déficit de Atenção em adultos


Atenção a dificuldades de relacionamento, atrasos e sentimento de solidão
POR FERNANDO MENEZES - PUBLICADO EM 18/11/2011


Mais notado em crianças, o Transtorno de Déficit de Atenção, também conhecido como TDAH, causa uma série de complicações no aprendizado e no convívio com outras pessoas. Muitos adultos, no entanto, cresceram com o problema e nem sabem que a dificuldade em se concentrar é um problema com tratamento e controle bem definidos. Dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) estimam que 4% da população adulta pode ter déficit de atenção e, aproximadamente, 80% dos casos tiveram início na infância. 

"Esse transtorno, pouco associado aos adultos, pode causar problemas de autoestima em todas as idades. É uma condição grave que se caracteriza por um padrão crônico de desatenção,hiperatividade e impulsividade, podendo afetar seriamente a qualidade de vida", afirma a psicoterapeuta Evelyn Vinacur, especialista do Minha Vida e membro da Associação Brasileira de Déficit de Atenção. Fique atento aos seguintes sintomas e procure ajuda de um psiquiatra ou de um psicólogo para ter certeza quanto ao diagnóstico e evitar problemas de relacionamento no trabalho ou entre os amigos.  
Atraso - Foto Getty Images

Atrasos frequentes

Ao contrário do que acontece com as crianças, que normalmente têm os pais para organizar suas tarefas, os adultos portadores de TDAH apresentam dificuldade freqüente de cumprir horários e compromissos. No trabalho, essas pessoas tendem a adiar tarefas que julgam desinteressantes ou desagradáveis. "Isso é um problema bastante sério, porque atrapalha a produtividade profissional e pode prejudicar o andamento da equipe inteira", afirma a psicoterapeuta Evelyn Vinacur. 
desorganização - Foto Getty Images
Falta de organização 
Geralmente, portadores de TDAH custam a se organizar ou terminar uma tarefa antes de começar outra, transformando a rotina em uma bagunça. Esse quadro dá impressão de que sempre falta tempo para realizar as tarefas necessárias. "Um portador de TDAH tem muita dificuldade de estabelecer prioridades e faz, na maioria das vezes, apenas aquilo que é do seu interesse. Tarefas rotineiras, ainda que importantes, sempre ficam para depois", diz Evelyn Vinacur. 
Briga de casal - Foto Getty Images
Dificuldade de manter relacionamentos
As mudanças de comportamento e a dificuldade de seguir regras prejudicam o convívio de adultos com TDAH com outras pessoas. "Eles são normalmente mais mandões e não conseguem cumprir acordos, o que dificulta relacionamentos longos", diz Evelyn Vinocur. De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, aproximadamente 25% dos adultos com TDAH podem ter sérios problemas de conduta antissocial. "O convívio com outras pessoas é bastante desgastante para esses pacientes, que costumam se sentir isolados e solitários, abrindo espaço para a depressão", afirma a psicoterapeuta.  
estresse - Foto Getty Images
Depressão e estresseOs pais normalmente reparam em alterações de humor nos filhos, facilitando o diagnóstico precoce de TDAH. Mas, nos adultos, o estresse e depressão são mais associados à rotina muito agitada e, raramente, levam as pessoas a um médico que pode fazer o diagnóstico de déficit de atenção.

"Ter dificuldades para se concentrar em tarefas importantes gera bastante estresse e ansiedade. Esses sintomas passam a se manifestar fisicamente, provocando dores de cabeças e nos músculos das costas", diz a psicóloga Adriana Araújo, autora do livro Treinamento Prático de Memorização (Editora Universo dos Livros, 160 páginas).
Grito - Foto Getty Images
Dificuldade para se expressar 
Em situações sociais, principalmente entre pessoas estranhas ou de relacionamento distante, portadores de TDAH sentem um imenso desconforto, com medo de ouvirem perguntas e não saberem como respondê-las. "A dificuldade em se concentrar no que está sendo dito faz com que o paciente vítima de déficit de atenção tenha medo de acompanhar e participar da conversa", diz a psicóloga Adriana Araújo. Esses adultos muitas vezes mostram uma tendência a interromper os outros, deixam escapar comentários inadequados e falam muito alto, tentando compensar a sua dificuldade de expressão. 
Briga de casal - Foto Getty ImagesRepetir palavras com frequência
Portadores de déficit de atenção também repetem palavras, frases ou mesmo gestos com maior frequência. Segundo Evelyn Vanicur, isso pode se manifestar tanto na fala quanto na escrita. "Esse problema contribui para a dificuldade de se expressar, já que repetir muitas palavras pode parecer nervosismo e insegurança para outras pessoas", explica. 
dirigir - foto getty images
Problemas ao dirigir 
Assim como as crianças, os adultos com TDAH têm dificuldades de realizar tarefas que exijam concentração, como dirigir. Eles tendem a olhar mais para o rádio, celular ou para as pessoas do banco de trás. "Uma pessoa com transtorno de déficit de atenção não precisa parar de dirigir, mas deve procurar um psiquiatra se as distrações começarem a ficar mais frequentes", alerta Adriana Araújo


O MANEJO COM "CRIANÇAS DIFÍCEIS"

Estudos da literatura mostram que os transtornos disruptivos ou externalizantes na criança (explosões de raiva, crises de fúria, bater a cabeça na parede, morder a roupa, desafio de autoridade, etc.) em crianças e adolescentes causam mais depressão na mãe do que os problemas internalizantes (ansiedade, depressão, timidez, medos, etc.). 

E na prática clínica diária também observamos a mesma coisa. Tanto que, cerca de metade das mães de filhos que não obedecem e que não respeitam a autoridade dos pais, precisam ser medicadas por apresentarem quadros depressivos, ansiedade, níveis altos de estresse, insônia entre outros problemas. 

Curiosamente, via de regra, muitos pais entram em desespero e tentam, em vão, “entrar numa disputa pelo poder” com a criança. E obviamente, a criança ironiza a situação, ou grita descontroladamente, ou bate na mãe, ou entra número processo de autoagressão. De todo modo, a situação fica um verdadeiro pandemônio e o chão parece que some, o desespero toma conta desses pais. 

A criança precisa de limites e regras mas parece que nessa hora os pais desaprendem tudo o que sabem sobre educação de filho: é uma gritaria, uma baixaria mútua, e uma pressão para que a criança obedeça o que lhe é imposto, naquele momento penoso.

E pasmem, muitas vezes tudo isso ocorre por motivos pequenos, como por exemplo se a criança penteou o cabelo ou coisas do tipo. Os pais são os modelos que a criança copia de modo que na hora em que o tom de voz começar a subir, os pais devem se calar.

O assunto deve ser retomado em outro momento. É positivo quando um dos pais consegue se impor perante a criança. Isso é comum observarmos, por exemplo, a criança que não obedece a mãe mas que obedecer o pai ou outro parente. 


Na escola também vemos isso, muitas vezes a criança respeita um determinado professor. Isso é bom pois mostra como os fatores ambientais podem influenciar o comportamento dos pequenos. Em muitos casos, em um primeiro momento, medicamentos são necessários para que a mudança de padrão de comportamento adotada dentro de casa possa ser implementada.

Fonte: Evelyn Vinocur


Crianças com dificuldades escolares x pais x educadores x o que fazer?


Falta de interesse nas aulas, dificuldades de ler, escrever e soletrar. Professores devem estar atentos ao comportamento dos alunos e perceber os diferentes graus de aprendizagem. Os sintomas podem ser de dislexia, distúrbio ou transtorno do processamento fonológico que compromete a leitura e que afeta de 10 a 15% a população mundial, de acordo com informações da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). 

São confundidos frequentemente com má alfabetização, TDAH, preguiça, agitação ou falta de força de vontade, seus sintomas passam muitas vezes despercebidos nas salas de aula. A falta de atenção e o pouco interesse pelas aulas devem ser percebidos pelos professores. Mas também não devemos generalizar as dificuldades. Nem todo aluno que tem problemas com a leitura tem dislexia. 


Um diagnóstico correto requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicopedagogo, fonoaudiólogo, psiquiatra infantil e da adolescência, psicólogo, oftamologista e otorrinolaringologista (para avaliação audiométrica). Devido ao professor estar com o aluno por um longo período a cada dia, cabe a ele o papel de discutir com a coordenação e os pais as dificuldades do aluno, encaminhando-o ao psicopedagogo e aos demais profissionais. 

Identificar o transtorno e fazer o encaminhamento para equipe multiprofissional habilitada é o passo inicial e fundamental para que esse aluno desde cedo não se sinta um fracassado, um impotente, um burro ou alguém que não quer nada com a vida. Infelizmente, toda semana recebo crianças trazidas por pais irritados, cansados e desesperados, sem mais saber o que fazer com o filho, que segundo eles, não têm mais do a obrigação de estudar e tirar boas notas, já que não fazem mais nada da vida. Vejo muitas famílias culpando o sistema educacional e quando entro em contato com a escola vejo que muitas delas também não estão preparadas para lidar com o aluno com problemas e nem com pais ansiosos e muitas vezes hostis. 

O TDAH ocorre em comorbidade com a dislexia em alguns casos. Após extensa avaliação e início do tratamento com a fonoaudióloga, se ainda persistirem os sintomas do TDAH, está indicado o tratamento com o metilfenidato ou o dimesilato de dexsanfetamina, que comprovadamente auxiliam na velocidade das palavras lidas em alunos disléxicos, além de ajudar nos sintomas cardinais do TDAH, caso haja a presença de comorbidade. Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor para os pais, escola e a própria criança. Não raro é na sala de sala que se percebe o estudante com dificuldades de aprendizagem e o professor deve acompanhá-lo para detectar se os sintomas possam ser os da dislexia ou devido a outro problema. 

Freqüentemente recebo crianças e adolescentes que chegam até o ensino médio sem receber um diagnóstico preciso e tratamento adequado, o que compromete significativamente o aprendizado e a vida pessoal do aluno em todos os setores, agravando muito o seu prognóstico.

Fonte: Evelyn Vinocur

quarta-feira, 27 de junho de 2012

SOMOS O QUE PENSAMOS

Se estudarmos a teoria do pesquisador Martin Seligman sobre o nosso estilo explicativo em seu livro Aprenda a Ser Otimista (1992), observaremos que o mesmo defende a idéia de que a maneira como pensamos quando estamos deprimidos difere da maneira como pensamos quando não estamos deprimidos. Portanto, não é a situação que causa uma emoção, mas sim a forma como interpretamos a situação é que causa a emoção seguindo então de um comportamento.

• Quando somos crianças aprendemos com nossos pais, através da escuta e da observação, como eles interpretam e explicam os acontecimentos do cotidiano. Se eles explicam de forma pessimista as vicissitudes da vida, é assim que seus filhos vão aprender a olhar o mundo, a si mesmos e o futuro. Quando a mãe critica seus filhos pelas falhas cometidas, eles ouvem atentamente a forma e ao conteúdo que lhes é dito naquele momento. E é claro, acreditam nas críticas que recebem usando-as para formar seu próprio estilo explicativo. Pesquisas também mostram que as crises vivenciadas pelas crianças também interferem no estilo explicativo aprendido.

• Segundo Seligman (1992) as pessoas com estilo explicativo permanente pensam em termos de "sempre " e " nunca ". Exemplo: Os regimes nunca  funcionam. Você sempre resmunga. Você nunca fala comigo ". E as pessoas otimistas pensam em termos de " às vezes " e " ultimamente ". Exemplo: "Os regimes não funcionam quando você come fora. Você resmunga quando não limpo o meu quarto. Você não tem falado comigo ultimamente ".

• Segundo este autor as pessoas que desistem com facilidade acreditam que as causas dos maus acontecimentos que ocorrem em suas vidas são permanentes e persistentes, afetando tudo o que fazem. Já os bons acontecimentos são vistos pelos pessimistas de maneira temporária. O que faz com que o individuo desista depois de um sucesso porque acredita que o sucesso foi uma causalidade, uma questão de sorte e não de seu esforço como pensa um otimista. As pessoas que pensam que venceram porque se esforçaram terão mais chance de vencer na vida. Os otimistas acreditam que as causas dos maus acontecimentos são passageiras e as causas dos bons acontecimentos são permanentes.

• Existe também o estilo explicativo de abrangência - o universal e específico. O individuo que explica seus insucessos de forma universal desistem de tudo quando ocorre um revés numa determinada área. Já o individuo com explicações específicas se sente desamparado somente naquela área afetada, enquanto que as outras áreas de sua vida continuam funcionando normalmente. Por exemplo, duas pessoas perdem o emprego. Uma delas vê essa situação em termos universais pensando: "meu desemprego mostra que sou um fracasso em tudo " - ela deixa o desemprego afetar todas as áreas de sua vida. A outra vê em termos específicos pensando: " não sou bom em contabilidade " - ela deixa que o desemprego afete somente a área profissional, mantendo as outras intactas. Portanto, para os otimistas os maus acontecimentos têm causas específicas e os bons acontecimentos causas universais. E para os pessimistas os maus acontecimentos têm causas universais e os bons acontecimentos causas específicas.

• E o ultimo estilo explicativo da teoria de Seligman é o de personalização. Segundo ele quando acontece coisas ruins, podemos nos culpar ou culpar o meio ou os outros. Ao invés de dizermos pra nós mesmos "sou inseguro", podemos dizer "cresci na pobreza". Quem se culpa tem auto-estima baixa, se julga sem valor, sem talento, depressivas. Quem culpa os outros (o externo) não perde a auto-estima. A personalização interna ou externa controla o que você sente sobre si mesmo. Já a abrangência e a permanência controlam o que você faz. Quem não se gosta diz que as coisas boas acontecem por causa dos outros.

• As pessoas deprimidas assumem muito mais responsabilidades do que os cabe. Nós profissionais queremos que essas pessoas mudem. Se elas continuarem acreditando de forma permanente que são estúpidas, que lhes faltam talento e são feios, não farão nada para mudar. Elas precisam exteriorizar sua culpa para começar a mudança sua vida. Exteriorizar a culpa não significa deixar de assumir seus erros, ser superior, arrogante ou egoísta, mais sim, aprender várias maneiras de falar consigo mesmo quando sofrer uma derrota pessoal. Aprender a ver os insucessos de uma forma mais animadora, pois sabemos que os pessimistas desistem com facilidade e os otimistas se refazem da derrota dando a volta por cima. A diferença entre os dois é que um aprendeu a ser mais flexível que o outro.

• Resumidamente, o segredo para uma vida otimista, satisfatória e sem depressão é aprender a arte da flexibilidade, pois assim produziremos mais no trabalho, na escola, gozaremos de melhor saúde e seremos capazes de termos uma vida mais longa.

CLEONICE F ANDRADE
CRP: 12/04023


BIBLIOGRAFIA
SELIGMAN, Martin. Aprenda a Ser Otimista . Rio de Janeiro: Record, 1992

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O PREÇO DA INFIDELIDADE

Problema frequente entre os casais que, muitas vezes, os mantém em estado de vigilância constante podendo destruir um casamento de anos e, além disso, desencadear distúrbios psicológicos como o ciúme patológico, por exemplo.

 Em seu livro, Para Além do amor (1995,) Aaron Beck citou uma pesquisa realizada no ano e 1983 por Philip Blumstein e Pepper Schwartz onde foi constatado que pelo menos 21% das mulheres e 37% dos homens tiveram um caso extraconjugal no prazo de dez anos depois do casamento. Essas mesmas pessoas também foram questionadas sobre suas preferências e todas concordaram que a monogamia seria fundamental para a relação. Apesar desse entendimento, ainda assim traíram seus parceiros. 

 Caso extraconjugal é bastante comum, porém, os efeitos colaterais sobre o casamento são extremamente devastadores se esses casos forem descobertos. Quando isso acontece fica evidente o quanto o casamento precisa de ajustes, esse sintoma é um aviso de que a união não está bem. A grande maioria dos clientes que procuram ajuda psicológica informam que já tiveram casos antes da separação. Por que um caso tem um efeito tão traumático sobre o parceiro ofendido? Caso este que muitas vezes são considerados pelos autores como sendo insignificantes? Isso acontece em função da interpretação que o outro faz da situação. Aqui a situação é dramatizada em função do erro cognitivo tudo ou nada. Em outras palavras, na infidelidade: ou se é fiel ou infiel. Não há meio termo. Um único caso é o suficiente para rotular o parceiro de traidor, infiel e mentiroso. Assim como uma pessoa que rouba uma vez somente é considerada ladra ou a pessoa que se esquece de pagar uma conta importante no mês pode ser considerada irresponsável. Diante dessa forma de pensar o traído sente uma profunda ferida em seu orgulho ou sente como se algo que lhe pertencesse tivesse sido roubado. 

Essa visão tudo ou nada faz a pessoa traída perceber a situação como bem mais ameaçadora à relação do que de fato é. Claro que não podemos ignorar o fato de que a ameaça não é imaginária. Um único caso pode realmente se estender para algo muito mais sério. O que os autores procuram deixar claro é que nem todos os casos representam uma ameaça tão importante para o casamento. Infelizmente muitos casais só procuram a terapia quando o casamento já está muito sintomático. Uma terapia pode ajudar o casal a resolver os problemas e assim reduzir a probabilidade de recorrência do ato. Uma das primeiras etapas corretivas é tentar reformular a perspectiva que o traído faz do cônjuge infiel. Será a ofensa um pecado realmente imperdoável? Quantos amigos casados já traíram? Será tão terrível assim? Talvez após uma terapia o parceiro (a) perceba que se ele (a) quer com sinceridade se dedicar à melhoria da relação, não há motivo para procurar satisfação fora do casamento. E se de fato o parceiro percebeu que cometeu um erro e se arrependeu de fato? Se pararmos para pensar é compreensível que o parceiro traído fique desesperançado após a descoberta do caso extraconjugal. Depois que isso acontece o traído descobre que está vivendo com uma pessoa que perdeu todo controle. As pessoas casadas precisam ter a sensação de que o parceiro não só ficará dentro de certos limites como também de que tem algum controle sobre o outro. Que podem influenciá-lo para que não faça nada que as magoem. A confiança dá ao parceiro a segurança de que a relação vem em primeiro lugar e que não será sacrificada por um capricho ou autoindulgência. Muitas vezes dar satisfação ao parceiro não é se deixar controlar ou ser submisso, mas sim dar segurança e paz a pessoa que ama. Concentrar-se na meta na área afetiva é o melhor caminho para a harmonia. Por que fazer algo que atrapalha o alcance dos objetivos? 

Como recomeçar com tantas feridas abertas? Pesquisadores afirmam que apesar das mágoas é importante que a pessoa ofendida pratique a empatia e se coloque no lugar do outro, procure compreender que a solidão dentro de um casamento pode deixar o parceiro totalmente vulnerável. O perdão é essencial para a reconciliação e depois disso entender que é necessário tolerar a incerteza de não saber algumas coisas em relação ao parceiro. Tolerar a incerteza de não saber onde seu cônjuge está em alguns momentos. É necessário o casal começar a demonstrar que se importam um com o outro, voltar ao tempo da conquista, dar-se presentes, sair com frequência para um jantar, fazer planos para um fim de semana, planejar bons momentos a dois, enfim fazer coisas diferentes. Os casais precisam acima de tudo aprender a dialogar e serem honestos um com o outro para resolver seus conflitos. Muitas vezes, é necessária uma terapia para aprender regras ou etiquetas na conversação e assertividade a fim de evitar desentendimentos. Mas sim, é possível um recomeço. 

 Cleonice Andrade 
  CRP: 12/04023 

Bibliografia: Love Is Never Enough: How Couples Can Overcome Misunderstandings, Resolve Conflicts, and Solve Relationship Problems Through Cognitive Therapy. Aaron Beck: 1995.

domingo, 10 de junho de 2012

Distúrbios do sono em crianças podem levar a diagnóstico incorreto de déficit de atenção








  • Problemas nas adenoides e nas amígdalas podem fazer a criança dormir mal e, por consequência, ter sintomas característicos do déficit de atenção
    Problemas nas adenoides e nas amígdalas podem fazer a criança dormir mal e, por consequência, ter sintomas característicos do déficit de atenção

  • Os diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH) em crianças aumentaram muito nos últimos anos, subindo 22% entre 2003 e 2007, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Contudo, muitos especialistas acreditam que a doença pode não ser a epidemia que parece.
Os pesquisadores afirmam que muitas crianças recebem o diagnóstico de TDAH quando, na verdade, possuem outro problema: distúrbios do sono, como a apneia do sono. A confusão pode explicar o número expressivo de casos de crianças com TDAH, e os medicamentos usados no tratamento podem estar apenas agravando o problema.
"Ninguém está afirmando que a TDAH não existe, mas existe agora o claro reconhecimento de que precisamos primeiro descartar os distúrbios do sono", afirmou Merrill Wise, neurologista pediátrico e especialista em medicina do sono do Centro de Distúrbios do Sono do Serviço Médico Metodista, em Memphis.
Os sintomas da falta de sono nas crianças são semelhantes aos do TDAH. Enquanto a pessoa adulta sente sonolência e cansaço com a falta de sono, a criança geralmente fica inquieta, mal-humorada e desobediente. Ela pode ter dificuldades para se concentrar, permanecer sentada e se relacionar com os colegas.
O mais recente estudo sugerindo uma relação entre sono inadequado e sintomas de TDAH foi publicado no mês passado, no periódico Pediatrics. Os pesquisadores acompanharam 11 mil crianças britânicas durante 6 anos, iniciando quando elas tinham seis meses de idade. As crianças que tiveram o sono afetado por problemas respiratórios, como ronco, respiração bucal e apneia, estavam entre 40 e 100% mais propensas a desenvolver problemas de comportamento semelhantes aos do TDAH do que aquelas com respiração normal.
As crianças que corriam risco maior de desenvolver comportamentos como os do TDAH tinham distúrbios de respiração durante o sono que perduraram durante o estudo, mas foram mais graves aos dois anos e meio de idade.
"A falta de sono é prejudicial ao corpo e à mente em desenvolvimento da criança, e pode exercer um grande impacto", afirma Karen Bonuck, principal autora do estudo e professora de medicina social e da família da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York. "É inacreditável que não examinemos a presença de distúrbios do sono da mesma forma que fazemos com a visão e os problemas auditivos."
Adenoides e amígdalas
A pesquisa de Bonuck tem como base estudos anteriores de menor proporção, os quais demonstram que, após retirar adenoides e amígdalas, as crianças que tinham problemas de respiração durante a noite obtiveram resultados melhores em atividades de atenção direta e tiveram menos problemas comportamentais. Elas estavam menos propensas a receber o diagnóstico de TDAH nos meses e anos subsequentes do que as crianças que não foram tratadas das desordens de respiração durante o sono.
Talvez o mais importante seja que, em muitos casos, o comportamento da criança diagnosticada como portadora de TDAH antes da operação melhorou tanto que deixou de se ajustar aos padrões característicos da doença. Os Institutos Nacionais da Saúde iniciaram um estudo denominado Childhood Adenotonsillectomy Study a fim de entender as consequências da remoção de adenoides e amígdalas para a saúde e o comportamento de 400 crianças. Os resultados são aguardados para este ano.
"Estamos nos aproximando cada vez mais da afirmação de causa e efeito" entre problemas de respiração durante a noite e sintomas de TDAH em crianças, afirmou Ronald Chervin, neurologista e diretor do Centro de Distúrbios do Sono da Universidade de Michigan, em Ann Arbor.
Na opinião de Chervin, os problemas comportamentais associados a problemas respiratórios noturnos são muito provavelmente consequência de sono inadequado e não da possível falta de oxigênio. "Observamos os mesmos tipos de sintomas comportamentais em crianças com outros tipos de distúrbios do sono", afirmou o médico.
De fato, especialistas observam que as crianças que perdem apenas meia hora por noite de sono necessário – quer devido a um distúrbio do sono ou por ficarem acordadas até tarde enviando mensagens pelo celular ou jogando videogames – podem exibir esses comportamentos característicos da TDAH.
O diagnóstico equivocado não é apenas estigmatizante, mas o tratamento de TDAH pode agravar o problema real que é a falta de sono. Os medicamentos utilizados para tratar o TDAH, como Ritalina, Adderall ou Concerta, podem causar insônia.
"Isso pode se tornar um ciclo vicioso e acumulativo", afirmou David Gozal, presidente do departamento de pediatria da escola de medicina Pritzker da Universidade de Chicago, cuja prática clínica é focada em crianças com distúrbios do sono.
Diagnóstico difícil
É difícil identificar a falta de sono em crianças. Dos 10 mil membros da Academia Americana de Medicina do Sono, apenas 500 possuem especialização em distúrbios do sono em crianças. Além disso, os pediatras talvez nem saibam para que especialista encaminhar o paciente, porque eles geralmente dependem da iniciativa dos pais de falar sobre os problemas para dormir dos filhos durante a consulta.
Contudo, muitas vezes os próprios pais estão desinformados em relação a hábitos de sono saudáveis. Um estudo realizado no ano passado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, em Harrisburg, e publicado no periódico The Journal of Sleep Research mostrou que, dos 170 pais participantes, menos de 10% foram capazes de responder corretamente a perguntas básicas, como a quantidade de horas de sono que uma criança necessita.
"Os pais não sabiam o que caracteriza um sono normal", afirmou Kimberly Anne Schreck, psicóloga e analista comportamental da universidade, e principal autora do estudo. "Muitos achavam gracioso o ronco da criança e que isso significava que ela estava dormindo profunda e tranquilamente."


Fonte: Kate Murphy - Do The New York Times



Por que ela está tão feliz?


Uma nova pesquisa revela o que deixa as crianças brasileiras alegres ou tristes

THAIS LAZZER
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PURA INSPIRAÇÃO Gisela Ceresér, de 6 anos, em sua casa. Ela adora convidar os amigos para brincar e passear com os cachorros (Foto: Ricardo Jaeger/ÉPOCA)
Criar filhos felizes é uma das maiores preocupações dos pais – e começa antes mesmo de eles nascerem. O que deixa as crianças realmente felizes? Brinquedos, viagens ou parques de diversões? Uma pesquisa exclusiva mostra, pela primeira vez, o que sentem as crianças brasileiras. E ninguém melhor que elas próprias para contar o que as deixa felizes ou tristes.
A pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria, o instituto de pesquisas Datafolha ouviu 1.525 crianças, de 4 a 10 anos, de 131 municípios. Até então, não existia no Brasil uma investigação sobre esses sentimentos. Não era possível afirmar se a diferença cultural ou a classe econômica poderia contribuir para o grau de felicidade na infância. Para surpresa dos pesquisadores, nenhum desses fatores foi significativo. Crianças do Recife deram respostas muito parecidas com as de São Paulo ou Porto Alegre. “Os sentimentos se mostraram universais”, afirma Eduardo Vaz, pediatra, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O estudo contemplou os estados emocionais da criança em relação à família, ao futuro, às brincadeiras e à escola. E aí veio mais uma surpresa: o que deixa a criança mais feliz são coisas simples, como estar com os avós, brincar com os amigos e praticar esportes. Para saber se os pais têm essa mesma percepção, ÉPOCA conversou com dez famílias, das cinco regiões brasileiras. A seguir, os resultados.

Família
Querer ficar perto dos pais, dos irmãos e... dos avós. Sim, dos avós também. É isso que deixa 87% das crianças brasileiras mais alegres, de acordo com a pesquisa. E eles estão mais presentes no dia a dia dos netos por vários motivos.
CONECTADOS Os Mozetos em casa, em São Carlos, São Paulo. Os irmãos Fernando, de 11 anos, e Leonardo, de 5, falam por telefone ou Skype todos os dias com a avó materna (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
Os avós de hoje chegam à velhice mais saudáveis, conectados e menos saudosistas. Lucia Maria Chavez mora em São Paulo e os netos, Fernando, de 11 anos, e Leonardo, de 5 anos, em São Carlos. Mas eles se falam todos os dias, por Skype ou telefone. Quando a mãe, a nutricionista Fernanda Mozeto, trabalhava fora e uma das crianças tinha febre, a avó percorria os 255 quilômetros que separam as duas cidades para cuidar do neto. “Os avós são repositórios da história daquela família”, diz Lídia Aratangy, psicóloga, autora deNovos desafios da convivência(Ed. Rideel). “A presença deles traz, para a criança, a segurança de onde ela veio.”
Estar perto dos pais também é motivo de alegria para a maioria das crianças. Para 87%, ficar perto da mãe; para 78%, do pai. E um dos fatores que mais entristecem as crianças é ficar longe deles. Cerca de 71% dizem ficar muito tristes quando longe do núcleo da família (geralmente o pai e a mãe).
O dia do aniversário aparece como motivo de alegria para 96% das crianças. Não só os presentes são responsáveis pela felicidade dos pequenos, mas a atenção que recebem na data da família e dos amigos também – além do próprio fato de crescerem oficialmente.
Longe do estereótipo de família perfeita, saber que a proximidade é tão importante para o bem-estar da criança pode ajudar os pais a, dentro do possível, adotar pequenas atitudes que façam diferença para os pequenos. Pode ser um recado surpresa na lancheira, uma ligação no meio da tarde, um SMS ou usar a hora do almoço para buscá-lo na escola. Levar ao cinema ou a um parque também é bom, mas a presença dos pais faz mais diferença que o tipo de programa. Como disse o escritor Guimarães Rosa, “felicidade se acha em horinhas de descuido”.
Fazer refeições em família, mostrou a pesquisa, deixa 87% das crianças felizes. Mas e aquele dia em que a mãe chega tarde do trabalho e os filhos estão dormindo? “Esses momentos pontuais não importam se os pais estão presentes”, afirma Lídia. Presença física é importante, mas não é só a isso que Lídia se refere quando fala em presença. Saber onde o filho está, o que vai comer, se está usando casaco em dia de frio, se voltou da escola bem ou se vai ter um aniversário de um colega e é preciso comprar um presente são cuidados à distância que fazem diferença na relação familiar. “As crianças sentem essa conexão”, diz Lídia.
Uma vez que é ouvida, valorizada, recebe atenção e carinho, a criança sente que pode confiar nos pais. Essa confiança torna-se um canal aberto para o diálogo na adolescência. O que não significa que percalços não acontecerão. Mas, se algum problema ocorrer, esse adolescente tem intimidade para se abrir e pedir ajuda.
FAMÍLIA Pais, avós e irmãos por perto (Foto: Fonte: Pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria. O levantamento foi realizado com 1.525 crianças, de 4 a 10 anos, de 131 municípios (seguindo o Censo 2010))


Futuro e autoestima
Essa teia de intimidade construí­da com a família se reflete em outra área importante no desenvolvimento infantil: a autoestima, capacidade de se gostar e de se valorizar. A pesquisa mostrou que os pais estão no caminho certo: 86% das crianças ficam alegres quando se veem numa fotografia e 87% quando se imaginam adultas.
Gostar de ver a própria imagem é um sinal positivo sobre a autoestima. Ficar feliz ao se imaginar adulto demonstra segurança sobre quem é, o que vai se tornar e mostra esperança no futuro. Para Odair Furtado, psicólogo, professor do programa de psicologia social da PUC-SP, isso é reflexo de uma mudança profunda em nossa sociedade. A condição de vida do brasileiro melhorou, principalmente nas classes mais baixas, e a perspectiva de futuro, enfim, deixou de ser apenas sonho. “O futuro se concretizou”, afirma.
A imagem é um dos blocos na construção da autoestima. Os outros blocos podem ser aprendidos no dia a dia, com a ajuda dos pais. Valorizar conquistas, como quando a criança aprende a andar de bicicleta sem rodinhas, é uma delas. E ajudar a levantar do chão quando ela cair. “Os pais precisam permitir que o filho enfrente desafios”, diz Ana Olmos, psicanalista infantil e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).
Mas nem sempre ela vai conseguir. Aprender a se frustrar é tão importante quanto saber lidar com críticas quando elas dão apoio para avançar e não desistir. Por exemplo: ensinar à criança os melhores movimentos para o jogo de damas é educativo. Deixar propositadamente que ela ganhe, não. “Quando for confrontada fora de casa, não vai saber lidar com isso”, diz Ana.
Uma amostra de como a criança percebe as críticas familiares de forma positiva é como ela percebe a bronca de uma forma diferente dos pais. Para sete dos dez pais ouvidos, bronca é o maior motivo de tristeza para os filhos dentro de casa. Para 71% das crianças, a maior chateação é ficar sem os pais. A bronca não aparece como motivo de tristeza no levantamento. “Mesmo quando fica triste por ser repreendida, a criança se sente inconscientemente protegida”, diz Ana Olmos. “A partir dos 6 anos, as crianças têm a percepção consciente de que os pais estão discutindo com elas para seu bem.”
FUTURO E AUTOESTIMA (Foto: revista ÉPOCA/Reprodução)


Brincadeiras
Um dos dilemas dos pais modernos é o que oferecer para que os filhos tenham as melhores oportunidades no futuro. Além de se preocupar com cursos extracurriculares, como aulas de língua estrangeira, é importante preservar o tempo da brincadeira. “Brincando as crianças aprendem habilidades que vão além do desenvolvimento motor e cognitivo”, afirma Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP. “Ela aprende a argumentar, a ser ouvida, a prestar atenção, a organizar e liderar, a propor novas alternativas.”
Na pesquisa da SBP, as brincadeiras aparecem como atividades favoritas quando as crianças não estão na escola. E, ao contrário do que muitos pais pensam, tecnologia não é o primeiro item da lista. Seis entre dez pais entrevistados apontaram videogames e internet como distrações favoritas. Na pesquisa com as crianças, apareceram brincar de boneco ou boneca e de carrinho como brincadeiras individuais favoritas. Videogame está em quarto lugar nessa categoria. Dentre as distrações em grupo, as crianças elegeram jogar bola, andar de bicicleta e brincar de esconde-esconde. As atividades que faziam sucesso na infância dos adultos são as mesmas que fazem a alegria dos pequenos de hoje.
Outra impressão dos pais desfeita pela pesquisa é o que deixa os filhos muito tristes. Os adultos de sete famílias, dentre as dez ouvidas, apontaram perder em jogos e competições. Para 47% das crianças, tristeza é brincar sozinho. Perder não foi citado como motivo de tristeza.
PASSEIO EM FAMÍLIA A família Ceresér no quintal de sua casa em Canoas, Rio Grande do Sul. As irmãs Gabriela, de 9 anos, e Gisela, de 6, gostam de andar de bicicleta na companhia  dos pais (Foto: Ricardo Jaeger/ÉPOCA)
A publicitária Adriana Ceresér, de 37 anos, leva as filhas, Gabriela, de 9, e Gisela, de 6, desde pequenas para brincar em espaços públicos, mesmo tendo quintal em casa. “Quero que elas tenham outros núcleos de amizade”, afirma. Nos fins de semana, toda a família anda de bicicleta. Quando não vão, as meninas reclamam. “Sinto que isso as deixa desenvoltas.” E os ganhos são físicos também. “Elas já andam de bicicleta sem rodinhas, enquanto os primos, que não passeiam sempre, ainda usam”, diz Adriana.
As brincadeiras são um estímulo para as crianças se engajarem numa atividade física no futuro. A pesquisa mostra que 93% delas gostam de praticar esporte. Como explicar, então, que uma em cada três crianças, segundo o Ministério da Saúde, está acima do peso? É simples. “Gostar não significa que pratiquem, nem que conheçam diversas opções”, diz Beatriz Perondi, pediatra e médica do esporte do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Brincar com jogos esportivos no videogame não substitui a prática de verdade. Uma hora de brincadeira gasta cerca de 700 calorias, em comparação a 150 calorias em frente à televisão. “Fazer do esporte uma atividade familiar prazerosa contribui para a formação do hábito de praticar depois”, diz Beatriz.
BRINCADEIRAS Brincar dentro e fora de casa (Foto: revista ÉPOCA/Reprodução)


Escola
LIÇÃO DE CASA A família Carvalho em sua casa, em Sobradinho, Distrito Federal. A mãe, Lara, se desdobra para fazer lição de casa com os três filhos (Foto: Igo Estrela/ÉPOCA)
Quando perguntadas do que gostavam na escola, as crianças não titubearam: 91% citaram as férias. E 89%, o recreio. O segundo número mostra que a escola é um lugar onde a criança se sente bem porque tem a oportunidade de interagir. “Elas gostam dos momentos em que podem brincar sem atividades guiadas”, afirma Maria Márcia Malavasi, coordenadora de pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A lição é motivo de alegria (acredite) para 65% das crianças. A servidora pública Lara Barcelos de Carvalho, de 38 anos, moradora de Sobradinho, no Distrito Federal, faz questão de acompanhar a hora da lição de casa. Caçula de 16 irmãos, ela quer dar aos filhos Matheus, de 11 anos, Felipe, de 7, e Geovana, de 6, o acompanhamento que não teve. “Eles entendem melhor quando estudo com eles”, afirma. Os amigos dos filhos pedem para fazer trabalhos do colégio na casa de Lara. “Desejo que cada um desempenhe, da melhor forma, a capacidade que tem.” E esse não é um caminho para alcançar a felicidade?
EDUCAÇÃO Elas adoram as férias. Mas a escola também é fonte de alegrias (Foto: revista ÉPOCA/Reprodução)
Fonte: Revista Época