quarta-feira, 26 de outubro de 2011

QUANDO O RELACIONAMENTO ACABA

Steven Carter & Julia Sokol (2006) 

a)      Embora o sofrimento pela perda de um relacionamento dure bastante tempo, o objetivo é se desvencilhar da dor o mais rápido possível – e isso significa não olhar para trás.
b)      Tentar continuar a ser amiga de um homem que acabou de partir seu coração é tão seguro quanto saltar de pára-quedas.
c)     Tentar fazer com que ele lhe dê uma explicação razoável para a separação é perda de tempo... Você jamais ficará satisfeita com o que ouvir.
d)      Após o termino de um relacionamento, seus sentimentos tendem a ficar mais exacerbados e descontrolados. É perigoso agir impulsivamente movida por esses sentimentos.
e)       As separações sempre parecem acontecer no pior momento possível: no meio de um feriado, de uma crise familiar, na semana que anteceder o Natal ou na véspera de datas importantes como o dia dos namorados ou o seu aniversario.
f)      Implorar, suplicar, chorar e escrever cartas afasta mais ainda a pessoa que quis a separação. Se você precisar escrever, escreva, mas envie a carta para você mesma. Quando precisar se lamentar, faça-o com uma profissional.
g)      O tipo de relacionamento que você quer de volta frequentemente é aquele que jamais existiu.
h)        Embora não acredite nessa possibilidade, você sobreviverá ‘a separação e emergerá mais forte e mais sábia.
i)        O homem que termina um relacionamento com você tende a reaparecer na sua vida no momento em que você decide que não o quer mais.
j)      Querê-lo de volta provavelmente não é o que você de fato quer... É apenas o que deseja quando está sofrendo.
k)        Superar a dor da perda de um amor parece levar um tempo aparentemente infinito e há muitos avanços e recuos. É importante que você acredite que irá superar essa perda. Continue apenas cuidando de si mesma.
l)    Às vezes a melhor maneira de cuidar de si mesma é encontrar um profissional competente e atencioso para ajudá-la.

Após a separação você não deveria pensar:

  • Em como ele está se sentindo neste momento;
  • No que ele está fazendo nesse momento;
  • Nas outras mulheres que ele pode ter conhecido;
  • No quanto ele vai sentir a sua falta;
  • No que você poderia ter feito para evitar a separação;
  • No que você poderia ter dito para evitar a separação;
  • No que você vai sentir mais saudade em relação a ele;
  • Em seus momentos de intimidade com ele;
  • No que você pode fazer para tê-lo de volta;
  • Em como você pode se vingar;

Após a separação você deveria pensar:

  • Em tirar férias;
  • Em todas as qualidades positivas que poderá encontrar no novo homem que você vai conhecer – as qualidades que “ele” não tem.
  • Na sua liberdade;
  • Na coisa mais sórdida e imbecil que ele fez;
  • Nas suas maravilhosas qualidades que ele nunca apreciou;
  • Em todas as coisas que você deixou de fazer por causa desse relacionamento (lugares aonde você queria ir, coisas que você queria fazer... e ele não estava a fim).
  • Em todas as qualidades ruins dele (chato demais, exigente demais, carente demais, muito resmungão, muito controlador, muito insensível, muito vulgar, muito egocêntrico...)
  • Nas pessoas de sua vida que estão sempre do seu lado;
  • Em todo o tempo que você terá para voltar a fazer coisas com seus amigos;
  • Em um presente que você merece apenas por ser você;

Características de alguem legal:

  • Ter estilo realista: tem um lar de verdade, um emprego de verdade, uma família de verdade, contas pra pagar, animais de estimação e uma maneira realista de lidar com tudo isso;
  • Tem metas realistas:
  • Sentem atração por mulheres que refletem seus valores e seus interesses: se mantém distante de grandes obsessões;
  • Quer uma mulher com quem possa compartilhar a vida;
  • Não tenta manipular nem usar uma mulher;
  • Apóia sem tentar controlar;
  • Sabe escutar o que uma mulher diz;
  • É justo e sabe compartilhar responsabilidades;
  • É honesto;
  • Não tem limitações irracionais:
  • É capaz de comprometer-se;
  • É bem intencionado
Steven Carter & Julia Sokol (2006)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

BULLYING: QUANDO A ESCOLA VIRA UM TORMENTO

Exclusão, apelidos, brigas, humilhação, provocação, repressão, isolamento, discriminação, comentários maldosos, agressões físicas, verbais e psicológicas. Todos esses comportamentos podem ser observados na escola. Comportamentos estes, que transformam a vida escolar das crianças em um verdadeiro problema e estresse.

Este fenômeno recebe o nome de bullying. Deriva do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física ou moral para intimidar alguém. Esse termo foi adotado por vários países para definir todo tipo de comportamento agressivo, intencional e repetitivo que acontece nas relações entre as pessoas. Trata-se de um problema mundial que ocorre em todas as escolas.

De acordo com pesquisadores quem pratica o bullying geralmente são pessoas antipáticas, que gostam de ser admiradas, que se acham superiores, têm caráter violento e perverso. Podem ser de ambos os sexos e tem habilidades para influenciar um determinado grupo devido ao seu poder de liderança. Não gostam de seguir regras e não aceitam ser contrariados. Normalmente vêm de famílias desestruturadas onde não recebem afeto e amor além de presenciarem violências dentro da própria casa.

As vitimas são divididas em duas categorias: provocadora e agressora. A vítima provocadora refere-se aquela que provoca situações agressivas que não consegue lidar. Briga e confronta quando é agredida, mas não consegue se defender. Normalmente são crianças hiperativas que não tem conhecimento sobre habilidades sociais ou assertividade. Já a vítima agressora repete os atos agressivos sofridos e pode ainda procurar outras vítimas mais vulneráveis e fracas tanto dentro da escola quando fora dela para cometer maus tratos.

As testemunhas ou espectadores é a grande parte dos alunos que convivem com essa violência e se calam por medo de se transformarem em alvos para os autores de bullying. Embora não sofram esses tipos de agressões, podem se sentir incomodados, inseguros e confusos por não saberem o que fazer.

O papel dos educadores é muito importante nesse processo. Precisam ficar atentos aos comportamentos dos alunos durante todo o tempo que a crianças permanecem na escola. Devem observar se existem crianças isoladas e separadas do grupo, machucadas, com medo de falar na sala aula, ultimo a ser escolhido na hora da brincadeira, triste ou com baixo desempenho escolar, esses são alguns comportamentos que as vitimas pode apresentar enquanto alvo do agressor. Já o agressor ameaça, insulta, ridiculariza, humilha, faz gozações, incomoda, dá ordens, e coloca apelidos nos outros. É de extrema importância a escola administrar esse assunto de uma forma bastante aberta, com varias informações a respeito tanto para os pais quanto para os alunos. Isso deve ser assunto de rotina nos corredores da escola. Bullying existe em todos os lugares e a instituição que nega sua ocorrência ou não conhece o problema ou não querem enfrentá-lo. A escola tem o dever de lutar e manter a integridade física e psicológica das crianças. E essas têm o direito de freqüentarem um ambiente saudável além do aprendizado.

A família deve manter um ambiente estruturado em casa com amor, afetividade e limites. Não há receita de como educar um filho, mas todos sabem que o amor vence e resolve qualquer obstáculo na vida. Uma pessoa transmite amor quando o recebe das pessoas significativas. E a falta desse afeto pode gerar pessoas agressivas. Importante também os pais ficarem atentos aos primeiros sinais de bullying em casa. Observem se seus filhos reclamam de dores de cabeça, tontura, dor de estomago, enjôos, mudança no apetite, apresenta desculpas para faltas às aulas, mudanças freqüentes de humor, agressividade, se têm poucos amigos, se as roupas chegam sujas ou rasgadas da escola, se pedem dinheiro com freqüência, tristeza ou baixo desempenho escolar. É como as vitimas costumam manifestar seu sofrimento. Os agressores apresentam em casa comportamentos que abrangem superioridade, hostilidade, são desafiadores e opositores, agridem os irmãos e os pais, chegam da escola com roupas amassadas e sujas e possuem baixo limite de frustração. Na presença desses sintomas os pais devem tomar providências junto à escola e procurar orientação de profissionais como psicólogos, pedagogos ou psiquiatras em casos extremos.

O bullying é um problema sério para ser resolvidos em comunidade. Para reduzi-lo é essencial a cooperação de todos, principalmente dos pais, professores, funcionários, diretores e alunos. Todos os alunos de certa forma estão envolvidos. Todos sofrem. Crianças com experiências marcantes como essas poderão se tornar adultos inseguros, com baixa auto-estima, indefesos, introspectivos, com problemas nas interações sociais, ou até mesmo se transformarem um autor de bullying no seu ambiente de trabalho, por exemplo. Dependendo da intensidade e gravidade da experiência podem se tornar pessoas frustradas, desajustadas a ponto de desenvolverem comportamentos anti-sociais ou psicopatas.

Cleonice Andrade
Psicóloga clinica especialista: terapia cognitiva comportamental
CRP: 12/04023
Cleowitt@hotmail.com



CUIDADO COM AS ARMADILHAS QUE EXISTEM NOS RELACIONAMENTOS

As armadilhas que levam uma vida conjugal se transformar em conflitos são as seguintes distorções cognitivas:

• Crer que só o relacionamento conjugal pode tornar alguém completo (ilusão). Ninguém jamais cuidará de nós, como nós mesmos.

• Crer que o outro deva entender tudo. É ilusão pensar que um parceiro possa adivinhar o pensamento do outro sem que este o exprima. Com o passar do tempo a personalidade de cada um muda, o que ia bem antes pode não ir bem agora e vice-versa.

• Crer que em um bom relacionamento a pessoa deva deixar de ser ela mesma (ilusão). Cada um é único, cada um tem personalidade e neuroses próprias. Cada um deveria respeitar e valorizar as opiniões e a mentalidade do outro.

• Crer que em um bom relacionamento se deve modificar o próprio comportamento. Um bom casamento é fundamentado na aceitação do outro.

• Crer que o sucesso da relação dependa da afinidade das características pessoais. Amar equivale a ter os mesmos gostos, a mesma personalidade (ilusão). Não se faz outra coisa senão tentar encontrar um parceiro semelhante a si mesmo, o medo das discussões, dos confrontos, do amor. Veja por outro ângulo: As aceitações das diferenças são sinônimas de força, de civilidade, de inteligência, abertura a novas experiências, a novos modelos, a novos valores, a vida.

• Crer que um casamento deve ser estático. A existência humana é constituída de fracassos e sucessos, de bons e maus momentos, de gratificações e desilusões. Crer na estabilidade do casamento e nas ausências de brigas é uma ilusão. Ter sentimentos contraditórios em relação a uma pessoa pode ser um sinal de que a conhece melhor e não a idealiza.

• Crer que em um bom relacionamento deve haver muito sexo. Sexo é a comunicação mais intima entre o casal, mas é ilusão pensar que a freqüência das relações sexuais represente o grau do amor.

• Crer que um casamento não precisa de tempo. Querer fazer tudo, em geral, significa não fazer bem. É preciso fazer escolhas, renunciar a alguma coisa. É ilusão exigir perfeição no trabalho, na família ou no relacionamento amoroso, é impossível conseguir uma realização satisfatória em todos os três setores.

• Crer que uma boa relação pode ser conseguida sem esforço, sem consciência (nada mais irreal). As discussões surgem para o crescimento e fortalecimento da união. Quem quiser permanecer casado vai precisar experimentar um pouco de desconforto. Não existe progresso sem desconforto. Por que no casamento seria diferente? Tem que se esforçar sim.

(Baseado no livro de Valério Albisetti, 2001)

Cleonice de Fatima de Andrade
CRP:12/04023

terça-feira, 18 de outubro de 2011

TRANSTORNO BIPOLAR DE PERSONALIDADE

O transtorno bipolar se caracteriza por alterações de humor, com recorrência de episódios depressivos e maníacos ao longo da vida. O estado de humor depressivo se manifesta por tristeza, desânimo, lentificação, falta de energia, perda de prazer, melancolia, etc. E por mania entende-se que se trata de um estado de humor, eufórico, ligado, acelerado, irritável, elétrico, de curto período de sono, impulsividade nos gastos, indiscrição, fala rápida, pensamentos acelerados e de grandiosidade, relacionamentos curtos e turbulentos com alto desejo sexual. É considerada uma doença complexa que afeta cerca de 1,5% dos homens e mulheres em todo o mundo. Cerca de metade desses pacientes relatam vivenciar oscilações bruscas do humor que podem durar de algumas horas a poucos dias. E são nestas oscilações de humor que há maior risco de tentativas de suicídio e geralmente sem um planejamento, ou seja, impulsivamente.

• Este transtorno de humor pode surgir praticamente em qualquer momento da vida, apesar de ser mais comum entre os 15 e 30 anos de idade. O paciente portador deste distúrbio demora até perceber que algo está errado por considerar o humor eufórico normal e positivo. Portanto, é muito mais fácil a pessoa que convive com o paciente perceber que algo anormal está acontecendo. As queixas iniciam-se pelas reclamações dos familiares que encontram dificuldades para se relacionar com a pessoa doente. Já que se trata de temperamento forte, intenso, energético, festivo, aventureiro e a alteração para humor depressivo de uma hora para outra. Por isso a definição "bipolar", porque expressa os dois pólos de humor que se alternam de depressão a mania. Como a bipolaridade pode alterar o ritmo da vida do indivíduo é necessário acompanhamento com psiquiatra para a medicação assim como psicoterapia para torna-lo mais funcional no seu dia-a-dia.

• A terapia cognitiva é bastante eficaz em seus resultados. Pois é uma terapia estruturada, orientada para a solução de problemas, que envolve a colaboração ativa do paciente e terapeuta para atingir as metas estabelecidas. Os objetivos dos cognitivistas no transtorno bipolar são:

• Educar os pacientes e familiares sobre o problema, seu tratamento e dificuldades associadas à doença;

• Instruir sobre os métodos para monitorar a ocorrência e a gravidade dos sintomas:

• Instruir ao paciente como identificar, desafiar e modificar pensamentos automáticos negativos que o prejudicam na aceitação do tratamento com medicamentos;

• Ensinar técnicos não- farmacológicas para lidar com os problemas;

• Ajudar o paciente a enfrentar fatores estressantes que possam estar interferindo no tratamento;

• Ajudá-lo a aceitar a doença;

• Aumentar a tolerância e proteção da família assim como diminuir o trauma e preconceitos associados à doença.

• A terapia consiste em identificar padrões de pensamentos disfuncionais, devolvendo ao paciente a flexibilidade, controlando a impulsividade e conscientizando-o das razões e significados de certas atitudes, emoções e pensamentos.

• É importante salientar que nossas emoções e comportamentos são derivados de nossos pensamentos. Portanto, se faz necessário identificar distorções do pensamento para que sejam alterados por pensamentos mais realistas. Quando isso acontece ocorre uma melhora significativa nas emoções do indivíduo levando-o a viver de forma funcional e melhor qualidade de vida. O acompanhamento dos familiares também é de fundamental importância para que haja um bom relacionamento. Pois alguns familiares podem aproveitar o diagnóstico do paciente para vencer uma discussão, afirmando que este último está surtando quando na verdade está reagindo adequadamente a alguma situação. Ao adquirir a flexibilidade através da reestruturação cognitiva o paciente assim como qualquer outra pessoa estará apta a ser exagerado e emocional para as coisas boas e ponderado e racional para as coisas ruins.

• Não se pode esquecer que o tratamento do bipolar é de longo prazo e grande expectativa em relação a uma rápida melhora pode trazer frustrações.

• DR. DIOGO LARA (2004), ESPECIALISTA EM T.B. SALIENTA QUE o paciente portador deste distúrbio demora até perceber que algo está errado por considerar o humor eufórico normal e positivo. Portanto, é muito mais fácil a pessoa que convive com o paciente perceber que algo anormal está acontecendo - as queixas iniciam-se pelas reclamações dos familiares que encontram dificuldades para se relacionar com a pessoa doente - j á que se trata de temperamento forte, intenso, energético, festivo, aventureiro e a alteração para humor depressivo de uma hora para outra. Por isso a definição "bipolar", porque expressa os dois pólos de humor que se alternam de depressão a mania. Como a bipolaridade pode alterar o ritmo da vida do indivíduo é necessário acompanhamento com psiquiatra para a medicação assim como psicoterapia para torna-lo mais funcional no seu dia-a-dia.




CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica

DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO

DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO

• Atualmente estamos vivendo em uma época de grandes mudanças. Mudanças essas que exigem do ser humano, a cada dia que passa, maior tolerância em superar frustrações. Pessoas com dificuldades de lidar com frustrações têm maior probabilidade de desenvolverem episódios depressivos. Pois estes acabam criando altas expectativas e estabelecendo metas irrealistas com o objetivo de acompanhar os valores determinados pela sociedade.

• Os cognitivistas afirmam que a depressão ocorre quando estamos tentando viver de acordo com o que pensamos que devemos ser e não com o que podemos ser. Pessoas que pensam dessa forma evitam até mesmo em procurar ajuda de especialistas para enfrentar momentos de crises. Muitas pessoas se envergonham por estarem depressivos, se considerando fracos. A depressão é um problema comum vivenciado por um grande percentual de pessoas. Inclusive, na opinião de alguns pesquisadores, estamos convivendo com uma epidemia internacional de depressão.

• Portanto todos poderiam se conscientizar disso e entender que, assim como procuram ajuda de um médico quando percebem sintomas físicos que podem indicar pneumonia, por exemplo, também podem procurar ajuda de psicólogos e psiquiatras quando percebem sintomas de depressão, ansiedade ou qualquer outro problema psicológico.

• A depressão apresenta diversos sintomas: fadiga, alteração do humor, baixa auto-estima, culpa, raiva, irritabilidade, distúrbio do sono, desinteresse sexual, aumento ou diminuição do apetite, isolamento, autocrítica exagerada, desesperança, pensamentos ou tentativas suicidas, desmotivação para realizar atividades diárias que são dominadas pela protelação, entre outros. Os pensamentos negativos tomam conta da mente dessas pessoas que acabam orientando seus comportamentos.

• O fundador da terapia cognitiva Aaron Beck orienta as pessoas a se conscientizarem de sua forma de pensar sobre si mesmo, o mundo e o futuro. Pessoas que estão depressivas pensam diferentes de pessoas que não estão depressivas. Portanto, não é a situação em si que leva a uma emoção, mas sim a interpretação que damos a essa situação que leva a emoção e a um comportamento. São nossos pensamentos que determinam o que sentimos e quais serão nossos comportamentos em seguida.

• Pensar adequadamente para vencer a depressão não significa necessariamente trocar os pensamentos negativos por outros positivos, mas sim mudar para pensamentos lógicos e realistas. Se um indivíduo aprende a identificar seus pensamentos, desafiá-los e torná-los lógicos, suas emoções serão menos intensas, mais controláveis e realistas, tendo como resultado comportamentos mais eficientes ao lidar com os problemas.

• Ao se sentir depressiva, a pessoa costuma ter avaliações negativas sobre si mesma, estabelece metas altas e difíceis de serem alcançadas, trazendo então, uma sensação de fracasso, de inadequação e sentimento de inferioridade em relação às outras pessoas.

• O estado depressivo faz a pessoa se concentrar nas suas falhas, ignorar seus pontos positivos, e interpretar incorretamente as experiências do passado e do presente. O indivíduo acaba se concentrando em fatos que comprovam seus sentimentos de derrota, ficando exageradamente sensível a críticas e à rejeição. Além disso, espera com maior probabilidade que experiências desagradáveis venham a acontecer no futuro, passando a sofrer antecipadamente por algo que ainda não acorreu, gerando ansiedade e desesperança.

• Portanto, para vencer a depressão precisamos nos conscientizar mais sobre a relação entre pensamentos, emoções e comportamentos. Não esquecendo que para isso é necessário o acompanhamento de um profissional especializado. Identificar, desafiar e modificar pensamentos e crenças parece simples, mas não é. Falsos pensamentos positivos podem ser tão prejudiciais quanto os negativos. Pois eles podem criar expectativas ilusórias que poderão conduzir o indivíduo a emoções de fracasso e desamparo, caso os resultados não sejam os esperados.

• Um terapeuta cognitivo especializado ensina o paciente a ser seu próprio terapeuta e seguir adequadamente o modelo cognitivo de acordo com o problema apresentado, além de trabalhar em conjunto com o médico que acompanha o caso e prescreve a medicação adequada. Sempre lembrando que a depressão, se não for tratada, pode ser tão prejudicial quanto qualquer outra doença orgânica. Assim como algumas doenças são fatais, a depressão também pode levar um indivíduo à morte através do suicídio.



CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica

MANIAS:NORMAL OU PATOLOGICO??

Nos últimos anos os profissionais da saúde e também a mídia estão mais envolvidos e preocupados com o "todo" (mente e corpo) do ser humano. E com isso, muitas informações técnicas, que ficavam nas prateleiras das bibliotecas, nas livrarias e na mente dos profissionais de cada área, estão sendo reescritas e traduzidas de forma mais acessível ao entendimento da população em geral. O que tem contribuído demasiadamente pela procura por profissionais da saúde mental, mas também deixando muitas dúvidas entre o que é o normal e o patológico. É gratificante saber que a cada dia as pessoas estão se dando conta que os problemas emocionais não são coisas de outro mundo, mas sim como qualquer outra doença orgânica são identificáveis, têm uma causa e tratamento.

• O transtorno obsessivo compulsivo, por exemplo, está cada vez mais em evidência para a procura de ajuda externa, pois leva o indivíduo a um intenso sofrimento se não for tratado. O que é o transtorno obsessivo compulsivo? Ele é caracterizado pela presença de obsessões - pensamentos, idéias ou imagens recorrentes e desagradáveis que invadem a mente da pessoa causando uma intensa ansiedade. Quando o indivíduo é tomado por essa ansiedade ele tenta reduzi-la através das compulsões que popularmente chamamos de manias ou rituais. As compulsões são comportamentos, ações ou atitudes repetitivas que a pessoa adota para aliviar seu sofrimento e reduzir o sentimento que acompanha os pensamentos desagradáveis, intrusivos, indesejáveis e repetitivos. E quanto mais tenta deter esses pensamentos mais ela os tem. Esses pensamentos normalmente estão relacionados ao medo de que algo terrível vai acontecer se ela não tentar neutralizá-los fazendo alguns rituais. As obsessões mais comuns são: de conteúdo sexual (pensamentos obscenos, imagens pornográficas recorrentes, impulsos incestuosos), de agressão (preocupação em ferir os outros ou a si mesmo), de contaminação (preocupação com sujeira, germes, vírus ou bactérias), de armazenagem (colecionar coisas), de caráter religioso (pensamentos de escrupulosidade, blasfêmias, pecado), de simetria (organização de objetos, roupas), somática (preocupação excessiva com doenças) e de dúvidas (preocupação com o fato de não confiar em si, questionar-se se fez algo certo ou errado - fechei as portas?, desliguei o ferro?). A partir desses pensamentos, as pessoas desenvolvem os rituais ou manias para tentar evitar o pior. Alguns acabam então, lavando excessivamente as mãos, tomando banhos intermináveis, limpando a casa várias vezes no dia, fazendo organizações exageradas, guardando coisas sem utilidades, evitando contato com objetos com medo de que estejam contaminados. Outros acabam conferindo inúmeras vezes as janelas, portas, fogões, torneiras. Outros ainda fazem rituais de contagem, entulham jornais, ligam e desligam o interruptor de luz, entram e saem pela mesma porta. Enfim são inúmeras os rituais por eles executados. Se esses rituais não forem cumpridos o portador do transtorno obsessivo compulsivo fica cada vez mais ansioso, e quanto mais ansioso se sente, maior é a urgência de fazer alguma coisa que impeça a tragédia.

• Quando esses rituais são realizados a ansiedade passa por um pequeno período de tempo. Porém, logo os mesmos pensamentos tornam a incomodar o individuo trazendo novamente a ansiedade, fazendo-o começar tudo de novo.

• Como posso saber se tenho Transtorno Obsessivo Compulsivo? De acordo com Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro Mentes & Manias (2004), o TOC possui algumas características essenciais que podem indicar a presença da patologia diferenciando da mania "normal" que todos nós temos. Essas características são: a longa duração em banhos, mãos avermelhadas e pele descamativa, cabelos sempre molhados, gasto exagerado de sabonetes, xampus, produtos de limpeza e papel higiênico, demora em se vestir, atrasos constantes, repetições de algumas perguntas aparentemente sem sentidos, lentidão na execução de tarefas cotidianas, alteração no rendimento escolar, profissional, social e afetivo, conferência constante de gás, portas, janelas, luzes, bicos de fogão, interesse exagerado por determinadas doenças e tempo demais gasto com a limpeza da casa, entre outros. Os obsessivos com freqüência levam vidas chatas, tediosas e insatisfatórias, sofrendo de depressão e também podem freqüentemente se queixar de dores na cabeça, dores lombares e úlcera.

• É importante salientar que muitos escondem essas características por acharem ridículas, ficam envergonhadas e acabam se isolando do mundo. Mas a conscientização dos problemas é um grande passo para a mudança e melhora do distúrbio. É interessante a família ficar atenta e oferecer ajuda caso seja necessário, pois o portador deste transtorno sofre demais e gasta muita energia perdendo tempo no seu dia-a-dia já que os rituais podem levar horas para serem realizados.

• O TOC tem tratamento e é controlável. A procura de um terapeuta cognitivo e de um psiquiatra é de fundamental importância para a cessação dos pensamentos e rituais recorrentes. O tratamento cognitivo focaliza-se na redução do comportamento de evitação e aumento na exposição a situações e pensamentos problemáticos, sobre a modificação de atitudes relativas as responsabilidades, sobre a modificação da avaliação dos pensamentos intrusivos, sobre a prevenção da neutralização e sobre o aumento da exposição às responsabilidades, assim como a cessação da busca de reasseguramento (verificação das coisas). A terapia cognitiva aplica técnicas voltadas mais especificamente à mudança dos pensamentos e crenças que estão envolvidos de forma mais direta na produção do sofrimento nos pacientes obsessivos.



CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica

CASAMENTO EM CRISE

Se pararmos um pouco com nossas atividades do cotidiano e observarmos a nossa volta, vamos nos deparar com um grande percentual de separação entre casais. Se conversarmos com algumas dessas pessoas observaremos seus sentimentos de desilusões e frustrações que ocorreram em seu relacionamento conjugal. E muitas vezes ouvimos: "Onde este mundo vai parar? O que está acontecendo com aquele amor que transformava os relacionamentos em casamentos duradouros antigamente e nos pouquíssimos que hoje se mantêm?".

• Para responder estas e outras perguntas pode-se encontrar nos estudos, nas pesquisas, e nas experiências profissionais fatos que comprovam que os indivíduos mantêm alguma esperança com relação às necessidades que serão atendidas pelos cônjuges. Percebe-se que a maioria tem expectativas altas e irreais sobre o que espera do companheiro. Estas crenças disfuncionais, infelizmente, são reforçadas quando assistimos a novelas, a filmes românticos, a propagandas, quando ouvimos histórias ou vemos fotos de uma família perfeita e feliz. Quando nos deparamos com imagens como essas, nos espelhamos em certos personagens e imaginamos que a perfeição existe, uma perfeição que na realidade é inalcançável. Uma história como a Bela Adormecia, por exemplo, termina com "e viveram felizes para sempre", deixando a ilusão de que não existem conflitos entre pessoas que se amam. Então após algumas discordâncias, discussões e brigas o casal chega à conclusão de que estão infelizes e precisam procurar a felicidade em outro lugar ou com outra pessoa. Pensamentos distorcidos como "uma pequena mudança não é suficiente. Temos de mudar muito. A solução precisa ser perfeita. O outro precisa me fazer feliz. Se estamos brigando é porque nos odiamos", entre muitos outros pensamentos comuns no dia-a-dia do casal, se transformam em crenças disfuncionais que colaboram e influenciam para uma decisão precipitada a cerca do casamento, provocando a separação, antes mesmo de conhecer a realidade de um relacionamento conjugal. Existem pessoas que passam sua vida inteira à procura de uma realização pessoal baseadas em uma crença distorcida da realidade. Correm atrás de uma perfeição que não existe.

• Precisamos ficar atentos a certas armadilhas que levam uma vida conjugal a se transformar em conflitos. Se quisermos melhorar o relacionamento precisamos nos concentrar na realidade. Identificar, em colaboração com um terapeuta cognitivo, pensamentos distorcidos e disfuncionais, desafiá-los e modificá-los. Um terapeuta especializado está preparado para ajudar essas pessoas. Antes de tomar uma decisão sobre uma separação é de extrema importância esta verificação e correção de pensamentos distorcidos que podem levar um indivíduo a experimentar sentimentos desagradáveis, mas que podem ser evitados ou reparados.



CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica

DEPENDENCIA EMOCIONAL

Muitas são as pessoas dependentes existentes a nossa volta. Pessoas inseguras com medo da independência. Medo, porque a dependência traz algumas vantagens ao indivíduo. Ela pode excluir a pessoa de sentir-se responsável pelos próprios comportamentos e por seus defeitos. E permitir que outros assumam suas responsabilidades a faz sentir-se protegida e segura. Quando isso acontece, ela não precisa culpar-se, se sentirá boa, não correrá riscos e portanto errará menos. Razões suficientes para incentivar um indivíduo viver às custas de outros. No fundo, o problema nada mais é do que o medo constante de errar, medo da desaprovação da sociedade. Pessoas dependentes têm pensamentos como: "Não me sinto capaz de me arranjar sozinho no dia-a-dia. Se eu confiar nas minhas próprias decisões tomarei a decisão errada. As responsabilidades do dia-a-dia são esmagadoras. Me sinto mais como uma criança do que como um adulto quando é preciso assumir responsabilidades". Pensamentos como esses, ao surgirem à consciência, são tomados como verdadeiros sem serem contestados.

• Algumas pessoas pensam que ser independente significa ficar sozinho. Nada mais ilusório. Vivemos em sociedade, rodeado de pessoas, crescemos juntos, escutamos o outro, discutimos com ele, concordamos com ele, ajudamos, mas isso não significa colocar a individualidade de lado. Estarmos juntos não implica perder a própria personalidade ou ser influenciado pelas opiniões e atitudes dos outros. Assim como fazer escolhas não significa desprezar o outro ou cortar relações, mas sim apesar da convivência, sentir-se capaz de ser espontâneo, livrando-se das máscaras que se colocam na presença de outros por medo de não ser aceito.

• A falsa crença de que se fizermos algo por alguém receberemos outra coisa em troca, nos faz sentir necessidade do outro. O que significa deixar-se destruir, criar sofrimento. O mundo seria mais feliz se as pessoas ajudassem o outro apenas por estima, sem esperar nada em troca.

• A dependência desperta no indivíduo uma grande vulnerabilidade a estressores. Pois o torna frágil, rancoroso, introvertido, com uma grande probabilidade de se magoar com facilidade e perder grandes amizades, além de romper relacionamentos amorosos. Sua insegurança o impede de conseguir viver sem pedir ordens, de ser espontâneo, de fazer uma escolha ou deixar de fazer algo que outros escolhem e que não o agradem. Não sabe dizer NÃO, cai em depressão quando tem um insucesso, vive distante do presente com seus pensamentos voltados a sonhos que não acontecerão por não ter coragem de enfrentar. Vive renunciando suas vontades, tendo vergonha de si mesmo. Não conhece suas aspirações, seus desejos e necessidades. O dependente só é feliz se o outro está feliz ou satisfeito, esquecendo-se de si.

• Não é difícil viver uma relação se impondo, sendo espontâneo e fazendo escolhas. Umas das formas de atingir essa meta é aprender a habilidade de identificar pensamentos disfuncionais, desafiá-los e modificá-los com a ajuda de um terapeuta cognitivo. Se duas pessoas se gostam e são cognitivamente maduras poderão favorecer a recíproca autonomia e dividir sua própria felicidade com o outro.



CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica

RIVALIDADE ENTRE IRMAOS

Quando se trabalha com famílias tem-se a oportunidade de ouvir vários sentimentos serem expressos pelos seus membros. O que fica evidente nesta relação é a rivalidade que existe entre os irmãos. Esta rivalidade pode se apresentar implícita ou explicitamente. Alguns irmãos cultivam estes sentimentos de forma silenciosa enquanto que outros disfarçam. Existe ainda aquele que expressa seus sentimentos diretamente, confrontando-se com o outro. A forma como cada um lida com essa rivalidade está baseada nas diferentes personalidades existentes.

• É na adolescência que em geral a inimizade começa a criar forma e instalar-se na família. É quando os filhos começam a expressar sentimentos de inveja de um pelo outro e ciúme da relação que os pais mantêm com um deles. A rivalidade surge pela disputa pelo espaço dentro da família, pelo amor e admiração dos pais e pela busca de destaque. A inveja, o ciúme, o egoísmo e o narcisismo são elementos que acompanham toda a fase da infância e são responsáveis pela necessidade de disputa entre as crianças, o que faz parte do desenvolvimento normal delas. São estes elementos que transformam os irmãos em adversários. Dependendo da dinâmica familiar, eles podem caminhar para uma competição saudável e equilibrada ou se desenvolver para uma grande inimizade.

• As brigas entre eles começam por aquele que tem maior carga de raiva. Os resultados são agressões mútuas, verbais ou físicas, fazendo com que os pais cumpram seu papel de educador. Porém estes, na tentativa de promover harmonia e respeito, muitas vezes assumem uma postura que acabam infringindo os próprios valores. Com a intenção de eliminar as discussões acabam adotando uma política com ação de efeito contrário omitindo informações, mentindo, cometendo injustiças, acobertando, fazendo chantagens, suportando abusos, desaforos e desrespeitos.

• De acordo com NISE BRITTO (2002), autora do livro Rivalidade Fraterna, quando um filho desenvolve o hábito de usar objetos pessoais do outro, sem autorização, ele está evidentemente desconsiderando a existência do irmão e propondo um tipo de relação que deseja estabelecer com o mundo, onde ele tenha todos os direitos e nenhum dever. Uma conduta baseada na realização de seus desejos e suas necessidades. E o que pode parecer uma brincadeira para os pais, pode tornar o início de um problema no futuro. Por que? Porque depois disso, o filho continuará com a intenção de impor sua conduta a todo núcleo familiar e social. Portanto, é importante que os pais tenham consciência do que realmente estão cedendo quando deixam certos comportamentos passarem despercebidos. Eles precisam identificar dificuldades e trabalhar para superá-las na prática com os filhos no dia-a-dia. Agindo desta forma, com certeza, vão retomar a autonomia e restabelecer a ordem na família.

• Esta autora salienta ainda que o papel de filho é o primeiro papel existente adquirido pelo indivíduo. Primeiro ele existe como filho antes de ser qualquer outra coisa. Em função disso, é importante que o indivíduo se sinta reconhecido e assumido socialmente no seu papel de filho. O social precisa saber quem ele é, a que pertence, quem dá a ele cuidado e proteção fora de casa. Quando um filho é rejeitado ou possui pais imaturos, descumpridores de suas funções parentais, o social o vê como alguém que é meio largado no mundo, que não tem quem brigue por ele, por seus direitos e também para que tenha suas necessidades supridas. O que ele precisa é de reconhecimento justo, honesto, de apoio e incentivo para superar suas limitações. E isso não significa concordar com tudo o que ele diga ou pense, mas sim, educar de forma que se estabeleça uma relação madura e equilibrada entre os membros da família. Aos pais que encontram dificuldades é fundamental a procura de um profissional competente para ajudá-los nesta batalha.




CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE
CRP: 12/04023



Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especializada e Supervisora Clinica

SOMOS OQUE PENSAMOS

Se estudarmos a teoria do pesquisador Martin Seligman sobre o nosso estilo explicativo em seu livro Aprenda a Ser Otimista (1992), observaremos que o mesmo defende a idéia de que a maneira como pensamos quando estamos deprimidos difere da maneira como pensamos quando não estamos deprimidos. Portanto, não é a situação que causa uma emoção, mas sim a forma como interpretamos a situação é que causa a emoção seguindo então de um comportamento.

• Quando somos crianças aprendemos com nossos pais, através da escuta e da observação, como eles interpretam e explicam os acontecimentos do cotidiano. Se eles explicam de forma pessimista as vicissitudes da vida, é assim que seus filhos vão aprender a olhar o mundo, a si mesmos e o futuro. Quando a mãe critica seus filhos pelas falhas cometidas, eles ouvem atentamente a forma e ao conteúdo que lhes é dito naquele momento. E é claro, acreditam nas críticas que recebem usando-nas para formar seu próprio estilo explicativo. Mas pesquisas também mostram que as crises vivenciadas pelas crianças também interferem no estilo explicativo aprendido.

• Segundo Seligman (1992) as pessoas com estilo explicativo permanente pensam em termos de "sempre " e " nunca ". Exemplo: Os regimes nunca • funcionam. Você sempre resmunga. Você nunca fala comigo ". E as pessoas otimistas pensam em termos de " às vezes " e " ultimamente ". Exemplo: "Os regimes não funcionam quando você come fora. Você resmunga quando não limpo o meu quarto. Você não tem falado comigo ultimamente ".

• Segundo este autor as pessoas que desistem com facilidade acreditam que as causas dos maus acontecimentos que ocorrem em suas vidas são permanentes e persistentes, afetando tudo o que fazem. Já os bons acontecimentos são vistos pelos pessimistas de maneira temporária. O que faz com que o individuo desista depois de um sucesso porque acredita que o sucesso foi uma causalidade, uma questão de sorte e não de seu esforço como pensa um otimista. As pessoas que pensam que venceram porque se esforçaram terão mais chance de vencer na vida. Os otimistas acreditam que as causas dos maus acontecimentos são passageiras e as causas dos bons acontecimentos são permanentes.

• Existe também o estilo explicativo de abrangência - o universal e específico. O individuo que explica seus insucessos de forma universal desistem de tudo quando ocorre um revés numa determinada área. Já o individuo com explicações específicas se sente desamparado somente naquela área afetada, enquanto que as outras áreas de sua vida continuam funcionando normalmente. Por exemplo, duas pessoas perdem o emprego. Uma delas vê essa situação em termos universais pensando: "meu desemprego mostra que sou um fracasso em tudo " - ela deixa o desemprego afetar todas as áreas de sua vida. A outra vê em termos específicos pensando: " não sou bom em contabilidade " - ela deixa que o desemprego afete somente a área profissional, mantendo as outras intactas. Portanto, para os otimistas os maus acontecimentos têm causas específicas e os bons acontecimentos causas universais. E para os pessimistas os maus acontecimentos têm causas universais e os bons acontecimentos causas específicas.

• E o ultimo estilo explicativo da teoria de Seligman é o de personalização. Segundo ele quando nos acontece coisas ruins, podemos nos culpar ou culpar o meio ou os outros. Ao invés de dizermos pra nós mesmos "sou inseguro", podemos dizer "cresci na pobreza". Quem se culpa tem auto-estima baixa, se julga sem valor, sem talento, depressivas. Quem culpa os outros (o externo) não perde a auto-estima. A personalização interna ou externa controla o que você sente sobre si mesmo. Já a abrangência e a permanência controlam o que você faz. Quem não se gosta diz que as coisas boas acontecem por causa dos outros.

• As pessoas deprimidas assumem muito mais responsabilidades do que os cabe. Nós profissionais queremos que eles mudem. Se elas continuarem acreditando de forma permanente que é estúpido, que lhe falta talento e é feio, não fará nada para mudar. Elas precisam exteriorizar sua culpa para começar a mudança em sua vida. Exteriorizar a culpa não significa deixar de assumir seus erros, ser superior, arrogante ou egoísta, mais sim, aprender várias maneiras de falar consigo mesmo quando sofrer uma derrota pessoal. Aprender a ver os insucessos de uma forma mais animadora, pois sabemos que os pessimistas desistem com facilidade e os otimistas se refazem da derrota dando a volta por cima. A diferença entre os dois é que um aprendeu a ser mais flexível que o outro.

• Resumidamente, o segredo para uma vida otimista, satisfatória e sem depressão é aprender a arte da flexibilidade, pois assim produziremos mais no trabalho, na escola, gozaremos de melhor saúde e seremos capazes de termos uma vida mais longa.



BIBLIOGRAFIA

SELIGMAN, Martin. Aprenda a Ser Otimista . Rio de Janeiro: Record, 1992




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FUMO E PROBLEMAS EMOCIONAIS

À medida que se expande o conhecimento sobre os efeitos do tabagismo aumenta também a preocupação dos profissionais da saúde mental. Estudos têm demonstrado que em torno de 50 a 84% das pessoas fumantes que procuram ajuda apresentam depressão, ansiedade ou outros distúrbios emocionais. O que impressiona os pesquisadores é que apesar de toda a mortalidade causada pelo tabaco, seu consumo continua aumentando. A maioria reconhece que o cigarro faz mal à saúde, porém parece que não sabe da extensão desse prejuízo. Parece que os fumantes fixam-se no efeito prazeroso momentâneo deixando de se preocupar com os prejuízos em longo prazo. A nicotina atinge o cérebro em menos de 10 segundos e causa liberação de dopamina e endorfinas. Essas substâncias são responsáveis por sensações de prazer, melhora da concentração, do humor e redução dos sintomas de abstinência. O cigarro traz ilusoriamente a sensação de "problemas emocionais e físicos resolvidos rapidamente como em um passe de mágica". Ilusória, porque logo depois de alguns minutos toda aquela ansiedade e sensações de fissura voltam novamente pedindo por uma nova tragada. E assim se segue para o caminho da dependência.

• Portanto, deve-se evitar a primeira tragada. O tabagismo é considerado uma doença crônica e deve ser tratado como dependência química. Apenas 5% dos que tentam parar de fumar conseguem atingir esse objetivo. A maioria precisa de auxílio medico e psicológico. Muitas vezes o paciente precisa ser medicado para reposição de nicotina e redução dos sintomas físicos e psicológicos da abstinência que incluem: ansiedade, irritação, insônia, mau humor, depressão, desânimo, dificuldade de concentração, aumento do apetite, suor, dor de cabeça, distúrbios intestinais, aumento da tosse. Importante salientar que esses sintomas começam algumas horas após a última tragada, atingindo o pico em 2 a 3 dias, mas desaparecem depois de 2 a 4 semanas. Difícil enfrentar? Bastante. É muito mais fácil não começar. É um problema sério que a sociedade em geral deveria lutar contra. Infelizmente há pouca orientação dos jovens quanto aos sérios riscos. Acredita-se que isso também se deve à falta de uma lei mais rigorosa proibindo o fumo assim como a facilidade para comprar cigarros.

• Aos que já estão fumando as vantagens para passar pelo período da abstinência são muitas: melhora a capacidade física e gosto pelos alimentos, melhora o olfato e o hálito. Após 20 minutos do último cigarro a pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal. Depois de um dia sem cigarros o risco de ataque cardíaco reduz. Em 3 dias os brônquios relaxam e aumenta a capacidade respiratória. A circulação começa a melhorar. Em 9 meses reduz-se a tosse, melhora a respiração e limpeza dos pulmões, aumentando também a capacidade física. Após 15 anos sem fumar o risco de morte por doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou. Em 20 anos o risco de câncer se aproxima do risco de uma pessoa que nunca fumou. Em outras palavras, há grandes razões para deixar de ser um fumante. A terapia cognitiva apresenta grande eficácia no tratamento do tabagismo, pois ensina técnicas para identificar, desafiar e modificar pensamentos automáticos negativos que levam o indivíduo ao estresse, à depressão, à ansiedade e a outros problemas emocionais que provocam a fissura pelo cigarro. Identificando e modificando também crenças permissivas como: "fumar só de vez em quando não vai causar vício. Só vou fumar um para experimentar. Se várias pessoas fumam e ainda estão de pé é porque o cigarro não é tão perigoso assim. O fumo pode me relaxar, e ajudar a passar o tempo. Quando eu fumo meu humor melhora.", que facilitam o início do processo de dependência da nicotina.





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Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
Especialista e Supervisora Clinica do
Instituto de Terapia Cognitiva em São Paulo.

A ERA DO ESTRESSE

Estamos vivendo em uma Era de grandes mudanças. Mudanças essas que passam a exigir de nós seres humanos esforços contínuos para podermos nos ajustar ao cotidiano moderno. Essas mudanças são, sem dúvida, necessárias e apropriadas para a evolução humana. Porém não podemos perder de vista o que essas novidades têm causado. Para uma boa adaptação as pessoas passam a se expor excessivamente a situações que podem causar conflitos, ansiedades, depressão, angústia e um desequilíbrio emocional significativo. Diante de tanta agitação, competitividade, e pressão para se ajustar ao novo, podemos dizer que estamos vivendo na Era do Estresse.

• De acordo com o médico psiquiatra Geraldo Ballone (2002), " o estresse é a resposta fisiológica e de comportamento de um indivíduo que se esforça para adaptar-se e ajustar-se a estímulos internos e externos. Como a energia necessária para esta adaptação é limitada, se houver persistência do estímulo estressor, mais cedo ou mais tarde o organismo entra em uma fase de esgotamento. Uma "dose baixa" de Estresse é normal, fisiológico e desejável. Trata-se de uma ocorrência indispensável para nossa saúde e capacidade produtiva. As características desse Estresse positivo são: aumento da vitalidade, manutenção do entusiasmo, do otimismo, da disposição física, interesse, etc. Por outro lado, o Estresse patológico e exagerado pode ter conseqüências mais danosas".

• Como o estresse patológico afeta as pessoas? Através de reações emocionais, comportamentais e fisiológicas. Portanto, fique atento aos seguintes sintomas: dificuldade de adormecer, respiração curta, dor ou pressão no peito, diarréia, náuseas, sensação de bolo na garganta, fraqueza, mal estar, sensação de que o corpo está flutuando, tonturas, dores de cabeça, indigestão, dores musculares, insônia, taquicardia, alergias, queda de cabelo, mudança do apetite, gastrite, esgotamento físico, apatia, memória fraca, tiques nervosos, isolamento, introspecção, sentimentos de perseguição, desmotivação, irritabilidade, choro excessivo por motivos pequenos, dores nas costas (ombros ou nuca) ansiedade, etc. Um conjunto desses sintomas sendo freqüentes, fortes e não explicáveis organicamente podem indicar que você está passando por um momento de estresse. Se isso estiver acontecendo não deixe de procurar ajuda, pois o estresse pode ser controlado. Um bom profissional tem técnicas especificas para problemas como esses.


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Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga / Terapeuta Cognitiva em Joinville.
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ADOTEI UMA CRIANÇA...E AGORA?

A literatura brasileira está cheia de publicações importantes, pesquisas e estudos sobre diversos assuntos. Mas infelizmente dificilmente se encontra algo para auxiliar aquelas pessoas que resolvem adotar um filho. A adoção é um tema complexo que deveria receber mais atenção por parte dos profissionais e pesquisadores.

• A adoção é um ato de amor, de coragem e deve ser um exemplo seguido por muitas pessoas. Crianças adotadas são filhos do coração e é um gesto maravilhoso. São várias as crianças necessitando do amor de uma família na nossa sociedade, e são várias as famílias tendo muito amor reservado para essas crianças.

• No entanto, percebemos que essas famílias muitas vezes se encontram cercadas de dúvidas a respeito de como proceder na educação de um filho adotivo. Será que devemos contar a verdade? E se devemos contar, qual é o melhor momento? E se contarmos será que a criança ficará traumatizada? Será que ela vai deixar de amar a gente? Será que ela vai querer conhecer os pais verdadeiros? Perguntas como essas entre inúmeras outras, devem trazer grandes preocupações e noites de insônia para esses pais, além de gerar ansiedade.

• Mas a adoção, ao contrário do que muitas pessoas pensam, dificilmente trará problemas futuros para a criança ou para os pais se esses educarem seus filhos com flexibilidade. São os pais adotivos que estão criando e vendo a criança crescer que vão, através de seu comportamento e principalmente através da forma de falar e do conteúdo que utilizam nos momentos de comunicação e imposição de limites, modelar as maneiras como a criança vai ver a si mesmo, o mundo e futuro. Os pais devem ter consciência do impacto que suas palavras causam na formação da personalidade de seus filhos. As palavras que os pais utilizam para educar seus filhos tem um grande poder na formação do estilo explicativo que a criança vai se basear para interpretar o mundo.

• E é obvio que por mais naturalidade que a família tente passar para criança, vai chegar o momento em que ela vai perguntar, assim como todas as outras crianças, de onde veio. E esse é o melhor momento para uma explicação, porque a criança não quer saber se foi adotada. Ela quer saber de onde veio. Portanto sim, acreditamos que a criança deve saber desde o início a verdade, pois dificilmente um segredo pode ser mantido por toda uma vida. E como as pessoas a sua volta sabem de sua história e não podemos colocar um esparadrapo na boca de todos, um ou outro poderá acabar dando com a língua nos dentes. As crianças normalmente costumam fazer perguntas simples e se satisfazem com respostas simples. E na medida que sua capacidade de compreensão for aumentando elas voltam a questionar suas dúvidas. Cobrir os pais de "porquês" faz parte do desenvolvimento comum de todas as crianças.

• É importante salientar que os filhos adotivos devem receber a mesma educação que os filhos naturais. Devem receber limites da mesma forma que os outros. Os pais portanto, não devem aceitar provocações ou chantagens feitas pelos filhos adotivos, pois estes podem se utilizar dessas ferramentas quando frustrados, para fazer ameaças aos pais e conseguirem o que querem. Principalmente se eles descobrem que este é o ponto fraco dos seus pais. Pais adotivos podem sim, contrariar seus filhos quando estes precisam de limites. Crianças sem limites são mal educadas. E limite também é sinal de amor. Pais equilibrados emocionalmente educam filhos também equilibrados.

• As pessoas deveriam se apoiar mais nos profissionais da saúde mental para auxiliá-los no caso de dúvidas. Ninguém é perfeito e crianças não vem com manuais de instruções. Procurar ajuda de profissionais especializados não deveria ser motivo de vergonha ou preconceito, mas sim motivo de coragem em assumir que é um ser humano que muitas vezes se sente perdido em certas situações. Essa deveria ser a nossa realidade e não o que infelizmente observamos. Embora tenha aumentado bastante a preocupação dos adultos em relação aos problemas emocionais das crianças, ainda nos deparamos com grande dificuldade em conscientizá-los de que a criança ou o adolescente assim como o adulto também pode apresentar depressão, ansiedade, desesperança e até risco de suicídio.

• Os pais deveriam ficar atentos a certos comportamentos dos filhos que eles consideram inadequados e procurar um profissional para uma avaliação, independente que seja adotado ou não. A terapia cognitiva tem oferecido um excelente trabalho de prevenção da depressão e ansiedade direcionada tanto para os pais (futuros pais), quanto para os professores ou estudantes da área de psicologia. O objetivo desses profissionais é conscientizar as pessoas dos problemas emocionais mais comuns na infância e na adolescência, além de orientar os adultos ou responsáveis de como estabelecer limites a seus filhos e ainda prepará-los para uma qualidade de vida melhor, mantendo o equilíbrio emocional dessas crianças. Pais adotivos ou não, sempre terão dúvidas em algum período do desenvolvimento do seu filho. Eles devem estar cientes de que não estão sozinhos e que existem excelentes profissionais que estudaram exatamente para auxilia-los nesses momentos.




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MULHERES BOAZINHAS E SUBMISSAS NÃO FAZEM SUCESSO

Atualmente estamos vivendo em uma época que homens e mulheres competem para atingir o rótulo de "bem sucedido" profissionalmente. Conseqüentemente o numero de pessoas estressadas está cada dia maior por sentirem-se sob pressão. A maioria das pessoas que procuram ajuda neste momento de estresse são mulheres desanimadas e ansiosas com suas carreiras. Elas questionam o motivo por ainda não estarem no topo mesmo depois de tantos esforços, correria, inteligência, dedicação total e competência no que fazem. A resposta a essa pergunta normalmente é automática na mente de muitas pessoas: "ainda vivemos em um mundo machista onde as prioridades serão sempre deles". Será? Por que então muitas mulheres atingiram o sucesso? O que elas fizeram para chegar lá e permanecerem no cargo importante tendo muitos homens como subordinados?

• Uma pesquisadora (Frankel, Lois, 2005) se dedicou totalmente a essa questão, entrevistando mulheres do mundo inteiro. Ela descobriu que as mulheres mesmo sendo inteligentes e capazes agem inconscientemente de forma prejudicial a sua carreira. O que, nós mulheres, estamos fazendo de errado?  No mundo dos negócios você pode ser uma menina, mas nunca agir como se fosse uma e muito menos agir como homem. Em outras palavras, se mesmo depois de adulta a mulher continuar agindo como uma garotinha, lá estarão eles prontinhos para assumirem o lugar tão disputado. E porque uma mulher se comportaria como uma garota? Pense: desde criança as meninas aprendem que seu sucesso depende de algumas atitudes estereotipadas, tais como ser bem-educada, submissas, suaves, assim por diante. A sociedade reforça esse comportamento e a crença é enraizada. Portanto, é natural elas crescerem e iniciarem suas carreiras agindo da mesma forma. O problema é que no mundo dos negócios essas atitudes não funcionam na maioria das vezes. Meninas boazinhas e submissas não fazem sucesso. Neste universo a pessoa precisa deixar de ser ingênua, ser objetiva e clara em relação aos seus desejos e expectativas, saber dizer "não" quando necessário, impor-se, formar a sua própria rede de relacionamentos, participar ativamente de reuniões, saber tomar decisões sozinhas em momentos de emergência sem medo de errar, nunca demonstrar insegurança e ainda não ter a necessidade de ser querida por todos o tempo todo. É óbvio que esses são apenas alguns exemplos, a lista continua. Difícil? Muito. Ser bem sucedida dá trabalho antes mesmo de iniciar a carreira. Identificar, desafiar e modificar certas crenças pode não ser fácil e se trata apenas do começo do processo. Muitas fazem a opção de continuarem a serem garotinhas porque é mais fácil principalmente quando elas têm em quem se apoiar. Isso porque é muito mais cobrado pela sociedade sermos delicadas e muitos podem achar estranho esse novos comportamentos vindo de uma mulher. Portanto, há apenas uma escolha a fazer: continuar sendo uma garotinha ou se tornar uma mulher. Uma boa terapia de reestruturação cognitiva pode ajudar a acelerar esse processo sem tantos danos emocionais. É importante entender que ser adulto não significa ser grosseiro com as pessoas, mas sim aprender habilidades sociais para atingir a flexibilidade. Portanto, no mundo feminino dos negócios, ser bem sucedida não depende apenas da competência e esforços extras é necessário ir muito além. É necessário principalmente, saber ser MULHER.


Bibliografia: Mulheres Ousadas chegam mais longe - Lois P. Frankel (2005)


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DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL

Quando se trabalha com famílias tem-se a oportunidade de ouvir vários sentimentos serem expressos pelos seus membros. O que fica evidente nesta relação é a rivalidade que existe entre os irmãos. Esta rivalidade pode se apresentar implícita ou explicitamente. Alguns irmãos cultivam estes sentimentos de forma silenciosa enquanto que outros disfarçam. Existe ainda aquele que expressa seus sentimentos diretamente, confrontando-se com o outro. A forma como cada um lida com essa rivalidade está baseada nas diferentes personalidades existentes.

• É na adolescência que em geral a inimizade começa a criar forma e instalar-se na família. É quando os filhos começam a expressar sentimentos de inveja de um pelo outro e ciúme da relação que os pais mantêm com um deles. A rivalidade surge pela disputa pelo espaço dentro da família, pelo amor e admiração dos pais e pela busca de destaque. A inveja, o ciúme, o egoísmo e o narcisismo são elementos que acompanham toda a fase da infância e são responsáveis pela necessidade de disputa entre as crianças, o que faz parte do desenvolvimento normal delas. São estes elementos que transformam os irmãos em adversários. Dependendo da dinâmica familiar, eles podem caminhar para uma competição saudável e equilibrada ou se desenvolver para uma grande inimizade.

• As brigas entre eles começam por aquele que tem maior carga de raiva. Os resultados são agressões mútuas, verbais ou físicas, fazendo com que os pais cumpram seu papel de educador. Porém estes, na tentativa de promover harmonia e respeito, muitas vezes assumem uma postura que acabam infringindo os próprios valores. Com a intenção de eliminar as discussões acabam adotando uma política com ação de efeito contrário omitindo informações, mentindo, cometendo injustiças, acobertando, fazendo chantagens, suportando abusos, desaforos e desrespeitos.

• De acordo com NISE BRITTO (2002), autora do livro Rivalidade Fraterna, quando um filho desenvolve o hábito de usar objetos pessoais do outro, sem autorização, ele está evidentemente desconsiderando a existência do irmão e propondo um tipo de relação que deseja estabelecer com o mundo, onde ele tenha todos os direitos e nenhum dever. Uma conduta baseada na realização de seus desejos e suas necessidades. E o que pode parecer uma brincadeira para os pais, pode tornar o início de um problema no futuro. Por que? Porque depois disso, o filho continuará com a intenção de impor sua conduta a todo núcleo familiar e social. Portanto, é importante que os pais tenham consciência do que realmente estão cedendo quando deixam certos comportamentos passarem despercebidos. Eles precisam identificar dificuldades e trabalhar para superá-las na prática com os filhos no dia-a-dia. Agindo desta forma, com certeza, vão retomar a autonomia e restabelecer a ordem na família.

• Esta autora salienta ainda que o papel de filho é o primeiro papel existente adquirido pelo indivíduo. Primeiro ele existe como filho antes de ser qualquer outra coisa. Em função disso, é importante que o indivíduo se sinta reconhecido e assumido socialmente no seu papel de filho. O social precisa saber quem ele é, a que pertence, quem dá a ele cuidado e proteção fora de casa. Quando um filho é rejeitado ou possui pais imaturos, descumpridores de suas funções parentais, o social o vê como alguém que é meio largado no mundo, que não tem quem brigue por ele, por seus direitos e também para que tenha suas necessidades supridas. O que ele precisa é de reconhecimento justo, honesto, de apoio e incentivo para superar suas limitações. E isso não significa concordar com tudo o que ele diga ou pense, mas sim, educar de forma que se estabeleça uma relação madura e equilibrada entre os membros da família. Aos pais que encontram dificuldades é fundamental a procura de um profissional competente para ajudá-los nesta batalha.




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Drogas, abstinência e recaídas






Nos últimos anos, a visão de que os dependentes químicos sofrem de uma doença que limitava seu controle sobre suas próprias ações vem sendo substituída pela de autocontrole. Ou seja, uma visão que coloca em evidência a contribuição do indivíduo através de seus pensamentos e ações em sua dependência de drogas.
O objetivo dos profissionais é livrar os indivíduos da dependência. Para alcançar esse objetivo a maioria desses profissionais sugere, primeiramente, um período imediato de desintoxicação, ambulatorial ou hospitalar. Essa primeira fase do tratamento, apesar de sofrida, não é a mais difícil. A dificuldade está em evitar as recaídas e reativar a vida social desses dependentes sem o uso da droga. Esse é o grande desafio enfrentado por nós, profissionais da saúde.
Os cognitivistas afirmam que a manutenção duradoura da abstinência em dependentes químicos pode estar relacionada à forma como o individuo interpreta a si mesmo, o mundo e o futuro. Se suas crenças forem negativas e o indivíduo vulnerável a estressores, a probabilidade da adicção de drogas aumenta, principalmente se a pessoa tem expectativas positivas acerca dos efeitos da substância. E, realmente, a literatura nos mostra que os estados emocionais negativos, como ansiedade, frustrações, raiva ou depressão, respondem por 35% de todas as recaídas. Os conflitos interpessoais respondem por 16% e a pressão, social 20%.
Se o individuo está comprometido com a abstinência, um único lapso é percebido por ele como um fracasso. Esse fracasso o levará a sentimentos de culpa. Se ele culpa a si mesmo pelo lapso, isso aumentará ainda mais o senso de fracasso que o levará a uma posição de impotência, acontecendo então a violação da abstinência.
Portanto, identificar os sinalizadores que levam o individuo a experimentar drogas é de fundamental importância. Deve-se ficar atento a situações com que ele se sente incapaz de lidar. Isso pode levá-lo ao consumo da droga como uma estratégia compensatória, ou seja, utiliza o entorpecente como uma forma de minimizar seu sofrimento diante de situações perturbadoras.
Essa é uma das conclusões a que os cognitivistas chegaram depois de estudar casos com dependentes químicos. A partir daí, começaram a desenvolver técnicas para um resultado mais eficaz. Técnicas essas utilizadas hoje por especialistas em terapia cognitiva. O objetivo da terapia cognitiva é ensinar habilidades efetivas de solução de problemas e estratégias de enfrentamento para lidar com a adicção, assim como alterar, sempre que possível, a predisposição subjacente para usar drogas ou engajar-se em outro comportamento mal-adaptativo.
Resumidamente, a depressão, a ansiedade e a raiva são emoções negativas que podem agir como acionadores, e a terapia cognitiva oferece métodos únicos para seu manejo. Essa terapia lida inicialmente com os fatores ambientais e psicológicos específicos dos sinalizadores e cognições. Move-se depois para os aspectos mais gerais das crenças e papéis, que supostamente são significativos na manutenção do abuso de drogas.
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