segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

DROGAS, ABSTINENCIA E RECAIDAS


Nos últimos anos, a visão de que os dependentes químicos sofrem de uma doença que limitava seu controle sobre suas próprias ações, vem sendo substituído pela visão de autocontrole. Ou seja, uma visão que coloca em evidência a contribuição do indivíduo através de seus pensamentos e ações na sua dependência de drogas.

• O objetivo dos profissionais é livrar os indivíduos da dependência. Para alcançar este objetivo a maioria desses profissionais sugere, primeiramente um período imediato de desintoxicação, ambulatorial ou hospitalar. Esta primeira fase do tratamento, apesar de sofrida, não é a mais difícil. A dificuldade está em evitar as recaídas e reativar a vida social desses dependentes sem o uso da droga. Esse é o grande desafio enfrentado por nós profissionais da saúde.

• Os cognitivistas afirmam que a manutenção duradoura da abstinência em dependentes químicos pode estar relacionada à forma que o individuo interpreta a si mesmo, o mundo e o futuro. Se suas crenças forem negativas e o indivíduo vulnerável a estressores, a probabilidade da adicção de drogas aumenta, principalmente se a pessoa tem expectativas positivas acerca dos efeitos da substância. E realmente, a literatura nos mostra que os estados emocionais negativos como a ansiedade, frustrações, raiva ou depressão responde por 35% de todas as recaídas. Os conflitos interpessoais respondem por 16%, e a pressão social 20%.

• Se o individuo está comprometido com a abstinência, um único lapso é percebido por ele como um fracasso. Este fracasso o levará a sentimentos de culpa. Se ele culpa a si mesmo pelo lapso, isso aumentará ainda mais o senso de fracasso que o levará a uma posição de impotência, acontecendo então, a violação da abstinência.

• Portanto, identificar os sinalizadores que levam o individuo a experimentar drogas é de fundamental importância. Deve-se ficar atento a situações que ele sente-se incapaz de lidar. Isso pode levá-lo ao consumo da droga como uma estratégia compensatória, ou seja, utiliza a droga como uma forma de minimizar seu sofrimento diante de situações perturbadoras.

• Essa é uma das conclusões que os cognitivistas chegaram depois de estudar diversos casos com dependentes químicos. A partir daí começaram a desenvolver técnicas para um resultado mais eficaz. Técnicas essas utilizadas hoje, por especialistas em terapia cognitiva. O objetivo da terapia cognitiva consiste, em ensinar habilidades efetivas de solução de problemas e estratégias de enfrentamento para lidar com a adicção, assim como alterar, sempre que possível, a predisposição subjacente para usar drogas ou engajar-se em outro comportamento mal-adaptativo.

• Resumidamente, a depressão, a ansiedade e a raiva são emoções negativas que podem agir como acionadores, e a terapia cognitiva oferece métodos eficazes para seu manejo. Essa terapia trabalha inicialmente com os fatores ambientais e psicológicos específicos dos sinalizadores e cognições, e depois, move-se para os aspectos mais gerais das crenças e papéis, que supostamente são significativos na manutenção do abuso de drogas.




CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE 
CRP: 12/04023


TC Joinville®
R. Ministro Calógeras,708 2ºand.
Centro - Joinville/SC
Tel:                47 3028-8083         

Nenhum comentário:

Postar um comentário