segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

TABAGISMO E PROBLEMAS EMOCIONAIS


À medida que se expande o conhecimento sobre os efeitos do tabagismo aumenta também a preocupação dos profissionais da saúde mental. Estudos têm demonstrado que em torno de 50 a 84% das pessoas fumantes que procuram ajuda apresentam depressão, ansiedade ou outros distúrbios emocionais. O que impressiona os pesquisadores é que apesar de toda a mortalidade causada pelo tabaco, seu consumo continua aumentando. A maioria reconhece que o cigarro faz mal à saúde, porém parece que não sabe da extensão desse prejuízo. Parece que os fumantes fixam-se no efeito prazeroso momentâneo deixando de se preocupar com os prejuízos em longo prazo. A nicotina atinge o cérebro em menos de 10 segundos e causa liberação de dopamina e endorfinas. Essas substâncias são responsáveis por sensações de prazer, melhora da concentração, do humor e redução dos sintomas de abstinência. O cigarro traz ilusoriamente a sensação de "problemas emocionais e físicos resolvidos rapidamente como em um passe de mágica". Ilusória, porque logo depois de alguns minutos toda aquela ansiedade e sensações de fissura voltam novamente pedindo por uma nova tragada. E assim se segue para o caminho da dependência.

• Portanto, deve-se evitar a primeira tragada. O tabagismo é considerado uma doença crônica e deve ser tratado como dependência química. Apenas 5% dos que tentam parar de fumar conseguem atingir esse objetivo. A maioria precisa de auxílio medico e psicológico. Muitas vezes o paciente precisa ser medicado para reposição de nicotina e redução dos sintomas físicos e psicológicos da abstinência que incluem: ansiedade, irritação, insônia, mau humor, depressão, desânimo, dificuldade de concentração, aumento do apetite, suor, dor de cabeça, distúrbios intestinais, aumento da tosse. Importante salientar que esses sintomas começam algumas horas após a última tragada, atingindo o pico em 2 a 3 dias, mas desaparecem depois de 2 a 4 semanas. Difícil enfrentar? Bastante. É muito mais fácil não começar. É um problema sério que a sociedade em geral deveria lutar contra. Infelizmente há pouca orientação dos jovens quanto aos sérios riscos. Acredita-se que isso também se deve à falta de uma lei mais rigorosa proibindo o fumo assim como a facilidade para comprar cigarros.

• Aos que já estão fumando as vantagens para passar pelo período da abstinência são muitas: melhora a capacidade física e gosto pelos alimentos, melhora o olfato e o hálito. Após 20 minutos do último cigarro a pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal. Depois de um dia sem cigarros o risco de ataque cardíaco reduz. Em 3 dias os brônquios relaxam e aumenta a capacidade respiratória. A circulação começa a melhorar. Em 9 meses reduz-se a tosse, melhora a respiração e limpeza dos pulmões, aumentando também a capacidade física. Após 15 anos sem fumar o risco de morte por doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou. Em 20 anos o risco de câncer se aproxima do risco de uma pessoa que nunca fumou. Em outras palavras, há grandes razões para deixar de ser um fumante. A terapia cognitiva apresenta grande eficácia no tratamento do tabagismo, pois ensina técnicas para identificar, desafiar e modificar pensamentos automáticos negativos que levam o indivíduo ao estresse, à depressão, à ansiedade e a outros problemas emocionais que provocam a fissura pelo cigarro. Identificando e modificando também crenças permissivas como: "fumar só de vez em quando não vai causar vício. Só vou fumar um para experimentar. Se várias pessoas fumam e ainda estão de pé é porque o cigarro não é tão perigoso assim. O fumo pode me relaxar, e ajudar a passar o tempo. Quando eu fumo meu humor melhora.", que facilitam o início do processo de dependência da nicotina.



CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE 
CRP: 12/04023


Cleonice de Fátima de Andrade é Psicóloga Clinica Especialista

TC Joinville®
R. Ministro Calógeras,708 2ºand.
Centro - Joinville/SC
Tel: 47 3028-8083 

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