segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O CONTROLE DA VIOLENCIA COMEÇA EM CASA

Basta ligar a televisão, assistir a um filme, acessar a internet e comprar um videogame para as crianças e adolescentes de hoje ficarem expostos a uma gama surpreendente de cenas de violências. Pesquisas mostram com clareza que passar horas fantasiando e representando algum tipo de violência só serve para instigar ira e estimular o comportamento violento.

• Mas não é só a mídia a responsável pela existência de adolescentes e crianças raivosas a ponto de cometerem algum ato violento. Muitos estudos comprovam que comportamentos violentos têm origem na estrutura familiar. A educação é um fator fundamental no controle da agressividade. A criança aprende observando os pais como se comportar e resolver problemas. Se os pais resolvem seus conflitos com os filhos agredindo, batendo ou espancando, é assim que eles se comportarão no futuro. Crianças agredidas se tornam agressoras. Os pais querendo educar seus filhos mostrando o que é certo ou errado acabam ensinando que o único meio de resolver problemas é através da violência.

• Esta forma de educação também acaba fazendo com que as crianças percam a confiança nos adultos, pois acaba passando a elas uma mensagem contraditória além de não oferecer alternativas à violência. As crianças ficam confusas, pois os adultos exigem delas um padrão de comportamento quando os próprios fazem ao contrário. Um exemplo é o pai bater no filho porque brigou e agrediu seu colega na escola. Qual a conclusão mais provável que a criança pode chegar? "Se bater nos outros é errado, porque meu pai faz o mesmo comigo?".

• Os pais são responsáveis pelo que vão passar aos seus filhos. Até mesmo um tapa fraco a criança pode interpretar como um gesto de desprezo e humilhação. Alguns pais deixam um grande vazio na vida de seus filhos, e essa lacuna pode ser preenchida por amigos tão revoltados quanto eles.

• Diante dessa realidade, como podemos fazer com que nossos filhos se preocupem com o que é certo e errado, com o próprio bem e com o bem dos outros sem usar a agressividade como um meio?

• O melhor seria os pais trabalharem sob a orientação de um terapeuta competente ou buscar o máximo de informações possíveis. Crianças propensas à agressividade e violência sentem-se bastante desligados dos pais. O primeiro passo seria a aproximação dos filhos através de muito diálogo e escuta.

• Desde muito pequenas as crianças devem começar a aprender a resolver seus conflitos. O papel dos pais é incentivar esse comportamento. Como? Um exemplo seria: se o filho está discutindo com o irmão ou amiguinho, o adulto deveria tentar não interferir. As crianças quando precisam de ajuda, elas pedem. Quando o adulto se envolve nos pequenos problemas que as crianças têm umas com as outras estão impedindo que elas aprendam a se reconciliar sozinhas. Se o adulto perceber que elas poderão se machucar, poderá interferir de uma forma que ajude a criança que está com raiva a relaxar e se acalmar. Essa não é a hora de encontrar quem é o culpado da briga e muito menos intervir com gritaria. A situação já está tensa e tudo o que a criança precisa é alguém que a ensine a relaxar. Quando há palavrões nas brigas o papel do adulto é explicar o significado deles e o motivo pelo que os outros não gostam de ouvir, mas nunca calar a boca da criança com um tapa. O que as crianças precisam é aprender a identificar e a lidar com seus sentimentos e o que suas ações podem causar no outro.

• Esses são pequenos exemplos de agir e ajudar as crianças a controlar sua raiva e agressividade contribuindo assim para um futuro mais tranqüilo. Interessante também seria se os pais instalassem o computador da família, a televisão e o DVD (vídeo) numa área comum, pois assim o adolescente evitará acessar sites ou assistir filmes ou cenas prejudiciais à sua educação. É claro que todos os jovens precisam de privacidade, mas não passar todo seu tempo livre fechado no quarto.

• O adulto que costuma bater nas crianças deve refletir sobre o que faz, e compreender porque perde o controle. Nenhum adulto tem o direito de se descontrolar a ponto de justificar uma agressão. Profissionais afirmam que quem aprende a lidar com seus próprios impulsos agressivos não precisa bater no outro para impor limites. Não é vergonha para um adulto admitir sua falta de controle e procurar ajuda, pelo contrario, é um ato de coragem e amor pelo próximo.

• Tudo o que nossos filhos precisam é sentir que são respeitados mesmo com a presença da raiva e da agressividade em seus conflitos. Porém, isso não pode ser confundido com falta de limite. É fundamental que os pais expliquem a seus filhos a reação das outras pessoas em função de suas ações agressivas, assim como ensiná-las a encontrar outras alternativas para a resolução de seus conflitos sem haver violência.

• É importante que os pais fiquem atentos às mudanças de comportamentos de seus filhos. Procurem ajuda de um terapeuta caso perceba que seu filho esteja com dificuldade nos relacionamentos, notas baixas na escola, depressão, desistência de atividades com amigos, perda apetite, insônia, isolamento, grupo de amigos desconhecidos dos pais, fascínio por armas de fogo ou outros meios de destruições, entre outras atitudes que os preocupem.

• São através de pequenos gestos que nós podemos contribuir para um mundo melhor.




CLEONICE DE FÁTIMA DE ANDRADE 
CRP: 12/04023

Psicologa Clinica Especialista - Terapia Cognitiva Comportamental
TC Joinville®
R. Ministro Calógeras,708 2ºand.
Centro - Joinville/SC
Tel: 47 3028-8083

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